Carteira de trabalho: crédito para quem tem carteira assinada ja beneficiou 3 milhões de trabalhadores com R$ 21 bilhões. (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)
Repórter especial de Macroeconomia
Publicado em 5 de agosto de 2025 às 09h00.
O consignado privado, lançado em março pelo governo, registrou um impacto menor do que o esperado pelo mercado, informaram os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) nesta terça-feira, 5. Segundo os diretores do Banco Central (BC), o calendário de implementação da linha de crédito, que restringiu a contratação de empréstimos, é um dos problemas que justificam um resultado aquém do projetado.
A avaliação dos membros do Copom foi apresentada durante uma análise do mercado de crédito no Brasil. Segundo a autoridade monetária, a concessão de empréstimos, mais sensível às condições financeiras, tem apresentado uma moderação mais nítida.
"Observa-se um recuo nas concessões de crédito livre e elevação nas taxas de juros e de inadimplência. Além disso, no crédito às pessoas físicas, há um aumento do comprometimento da renda familiar com o serviço das dívidas e um aprofundamento do fluxo de crédito negativo, ou seja, maior pagamento do que contratação de dívida por parte das pessoas físicas", informou o BC.
Os juros altos no consignado privado também têm inibido a contração dos empréstimos. Simulações feitas pela EXAME apontaram taxas que chegam a mais de 5% ao ano.
Essa pauta foi tema de reunião do presidente Luiz Inácio Lula Silva com ministros da equipe econômica, presidentes dos bancos públicos e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.
Lula cobrou dos auxiliares taxas menores para acelerar a concessão de crédito. Dados do Ministério do Trabalho informaram que até 25 de julho, R$ 21 bilhões foram emprestados por meio do consignado privado a mais de 3 milhões de trabalhadores.