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Conta de luz mais cara? Aneel revisa para 6,3% estimativa de ajuste médio das tarifas em 2025

De acordo com a agência, o efeito médio projetado para as tarifas neste ano é de 6,3%, impactado pelos valores da CDE

Aneel: agência revisou para 6,3% a projeção de reajuste médio das tarifas de energia elétrica para 2025 (Getty Images/Getty Images)

Aneel: agência revisou para 6,3% a projeção de reajuste médio das tarifas de energia elétrica para 2025 (Getty Images/Getty Images)

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 11 de agosto de 2025 às 19h45.

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A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) revisou para 6,3% a projeção de reajuste médio das tarifas de energia elétrica para 2025. A nova projeção foi divulgada na atualização do boletim InfoTarifa, publicada nesta segunda-feira.

Em um comunicado, o órgão informou que o aumento na conta de luz deve superar o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Anteriormente, a estimativa era de 3,5%.

"Na segunda edição da publicação, o efeito médio anual foi estimado ante as projeções de 1,3% no Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) e de 5,1% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O boletim também apresenta o histórico da tarifa média residencial, dados do subsidiômetro, informações sobre as bandeiras tarifárias dos últimos meses e os principais fatos tarifários dos últimos três meses", diz o texto.

O principal fator para essa revisão foi o aumento dos valores destinados à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que financia políticas para o setor. O orçamento aprovado para a CDE foi de R$ 8,6 bilhões, superando a previsão inicial.

Este boletim, que é atualizado trimestralmente, traz informações sobre a tarifa média residencial, as bandeiras tarifárias dos últimos meses e os principais eventos relacionados ao setor tarifário.

Conta de luz mais cara em agosto

Na última semana de julho, a Aneel anunciou a vigência da bandeira vermelha nível 2 para o mês de agosto. Com isso, as contas de energia elétrica passam a ter um adicional de R$ 7,87 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.

O sistema de bandeiras tarifárias pretende sinalizar ao consumidor os custos reais da geração de energia elétrica. Quando a geração se torna mais cara, por causa do acionamento de usinas termelétricas – que são mais onerosas –, a cobrança extra é automaticamente aplicada nas contas de luz.

Segundo a Aneel, o motivo para o acionamento da bandeira vermelha nível 2 é o baixo volume de chuvas, que reduz os reservatórios das hidrelétricas, forçando a utilização das termelétricas.

Como funciona o sistema de bandeiras tarifárias?

O sistema de bandeiras, de responsabilidade da Aneel, sinaliza as condições de geração de energia no país. Quando há escassez de chuvas e as hidrelétricas geram menos energia, é necessário acionar as termelétricas, que têm custos mais altos.

Dessa forma, as bandeiras tarifárias são acionadas de acordo com as condições da geração:

  • Bandeira verde: condições favoráveis de geração de energia, sem custo extra;
  • Bandeira amarela: condições menos favoráveis, com adicional de R$ 18,85 por MWh (megawatt-hora), ou R$ 1,88 a cada 100 kWh;
  • Bandeira vermelha patamar 1: condições desfavoráveis, com adicional de R$ 44,63 por MWh, ou R$ 4,46 a cada 100 kWh;
  • Bandeira vermelha patamar 2: condições muito desfavoráveis, com adicional de R$ 78,77 por MWh, ou R$ 7,87 a cada 100 kWh.

Com a bandeira vermelha nível 2 acionada, os consumidores terão um impacto direto em suas contas de energia em razão dos custos elevados da geração de energia neste cenário.

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