Agência de notícias
Publicado em 26 de junho de 2025 às 15h26.
Última atualização em 26 de junho de 2025 às 15h36.
O governo federal fechou as contas do mês de maio de 2025 com um déficit primário de R$ 40,6 bilhões, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pelo Tesouro Nacional. Isso significa que, nesse período, as receitas (dinheiro arrecadado com impostos e outras fontes) foram menores do que as despesas (gastos do governo com serviços públicos, benefícios sociais e pagamento de funcionários).
Apesar do número ainda negativo, houve uma melhora em relação ao mesmo período do ano passado, quando o rombo foi de R$ 60,4 bilhões. O resultado ficou abaixo das expectativas do mercado. A mediana das projeções da pesquisa Prisma Fiscal, do Ministério da Fazenda, era de um déficit maior, de R$ 62,2 bilhões.
Esse foi o melhor desempenho para o mês de maio desde 2021 e reflete dois movimentos principais: aumento na arrecadação e queda nos gastos.
Entre os tributos que mais impulsionaram a arrecadação, destaque para o imposto de renda, especialmente o retido na fonte, com aumento de R$ 6 bilhões. Também cresceram as receitas com importações e as contribuições à Previdência Social, que subiram 8,1%.
No lado das despesas, houve redução significativa nas chamadas despesas discricionárias — que são aquelas em que o governo tem mais liberdade para ajustar os valores —, com corte de R$ 9,6 bilhões, principalmente nas áreas de saúde e educação. Também caiu o gasto com benefícios previdenciários, que teve retração de R$ 3,9 bilhões em relação ao ano passado. Além disso, diferentemente de 2024, não houve em maio despesas emergenciais relacionadas a calamidades, como as registradas devido às enchentes no Rio Grande do Sul no ano passado.
No acumulado do ano, de janeiro a maio, as contas do governo registram superávit de R$ 32,2 bilhões — um avanço em relação ao mesmo período de 2024, quando havia um déficit acumulado de R$ 28,7 bilhões. Esse também é o melhor resultado para o período desde 2022, quando o saldo positivo foi de R$ 48,2 bilhões.
Esse desempenho mais favorável tem relação direta com a redução de gastos com precatórios (valores devidos após decisões judiciais). Em 2025, o pagamento desses valores somou R$ 30,8 bilhões, enquanto no ano passado eles se concentraram em fevereiro, pressionando as contas do início do ano.
Segundo o Tesouro, a diferença no cronograma de pagamento dos precatórios entre 2024 e 2025 contribuiu para a melhora nos resultados.
"No que se refere à redução nas despesas primárias acumuladas no período janeiro a maio de 2025, a principal contribuição está na rubrica de Sentenças Judiciais e Precatórios (Custeio e Capital), que apresentou um decréscimo de R$ 31,3 bilhões, em razão de diferença nos cronogramas de pagamentos dos precatórios em 2024 e 2025", informou o Tesouro.
Nos cinco primeiros meses do ano, a receita líquida cresceu 8,6% em termos reais, alcançando R$ 968,6 bilhões. As despesas totais, por sua vez, somaram R$ 936,4 bilhões, com queda de 3,3% no mesmo período.