Economia

Copom sobe juros para 14,25% e sinaliza nova alta de 0,5 ponto percentual em maio

Taxa deve atingir 14,75% em maio e mercado debate se novos aumentos serão necessários para conter o avanço da inflação

Copom: colegiado elevou a Selic em um ponto percentual (Raphael Ribeiro/ Banco Central/Divulgação)

Copom: colegiado elevou a Selic em um ponto percentual (Raphael Ribeiro/ Banco Central/Divulgação)

Publicado em 19 de março de 2025 às 18h40.

Última atualização em 19 de março de 2025 às 18h58.

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu nesta quarta-feira, 19, subir os juros em 1 ponto percentual, para 14,25% ao ano. A decisão era amplamente esperada pelo mercado e encerra o ciclo de Roberto Campos Neto no Banco Central (BC) — as últimas três elevações da taxa foram sinalizadas enquanto ele ainda era presidente. Está é a quinta alta consecutiva da Selic e a maior taxa desde 2016.

Os diretores do BC também indicaram no comunicado, após a reunião, que a Selic deve subir pelo menos mais uma vez, em menor magnitude. A alta sinalizada é de 0,5 ponto percentual e, dessa forma, a taxa de juros alcançará 14,75% ao ano na reunião de maio do Copom.

"Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, da elevada incerteza e das defasagens inerentes ao ciclo de aperto monetário em curso, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de menor magnitude na próxima reunião", diz o comunicado. 

Os diretores afirmam que diante da "continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, da elevada incerteza e das defasagens inerentes ao ciclo de aperto monetário em curso", o tamanho do ciclo será ditada pelo compromisso de convergência da inflação.

"Para além da próxima reunião, o Comitê reforça que a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos", afirma.

Com essa sinalização, a gestão da Selic é exclusiva do presidente do BC, Gabriel Galípolo, e da maioria de diretores, indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O comunicado diz ainda que o Comitê segue "acompanhando com atenção como os desenvolvimentos da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros". 

"O cenário mais recente é marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho, o que exige uma política monetária mais contracionista", afirma.

Qual foi a decisão do Copom hoje?

O Copom subiu os juros em 1 ponto percentual, para 14,25% ao ano.

O que é a taxa Selic?

A taxa Selic é a taxa básica de juros no Brasil, ou seja, aquela que vai nortear os demais juros, tanto para quem recebe, quanto para quem paga. Ela é importante para quem realiza algum empréstimo ou financiamento em alguma instituição financeira e também para quem investe.

Banco Central possui um sistema conhecido como Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, onde acontecem as compras e vendas de títulos públicos, e se utiliza a taxa Selic para nortear qualquer operação.

É justamente o nome desse sistema que faz a taxa básica de juro no Brasil ser conhecida como Selic. Quando nos referimos à negociação de títulos públicos no sistema do BC, se tratam de operações de empréstimo de curto prazo feitas entre instituições, que por sua vez, tem como garantia esses títulos.

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