Economia

Demanda inicial de R$ 1,28 bilhão por novo consignado foi puxada por 'troca de dívida', diz Haddad

Ministro da Fazenda participou de evento da Galapagos Capital com a Arko Advice, nesta sexta, em São Paulo

Fernando Haddad: ministro da Fazenda participou de evento da Galapagos Capital com a Arko Advice, nesta sexta, em São Paulo ( Hollie Adams/Bloomberg/Getty Images)

Fernando Haddad: ministro da Fazenda participou de evento da Galapagos Capital com a Arko Advice, nesta sexta, em São Paulo ( Hollie Adams/Bloomberg/Getty Images)

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Publicado em 28 de março de 2025 às 19h25.

Última atualização em 28 de março de 2025 às 19h26.

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira, 28, que a demanda expressiva pelo novo empréstimo consignado privado — que alcançou R$ 1,28 bilhão apenas nos primeiros sete dias de funcionamento — é puxada pelos trabalhadores que querem transferir suas dívidas, em busca de taxas menores.

— Nós estamos num período agora de troca de dívida. Obviamente que o trabalhador que não tem dívida pode também buscar o seu consignado. Se ele quiser fazer uma compra, vai ter uma taxa razoável. Isso também vai acontecer. Mas, neste momento, tem uma demanda muito expressiva por troca de dívida — disse o ministro.

Na semana passada, os trabalhadores com carteira assinada passaram a ter acesso à nova plataforma do governo para facilitar a concessão de empréstimo consignado com desconto em folha de pagamentos, batizada de Crédito do Trabalhador. Dados fechados até 17h de ontem mostram que 193.744 contratos já foram fechados por meio da nova modalidade, com valor médio de R$ 6.623,48 por trabalhador.

Durante evento da Galapagos Capital com a Arko Advice, realizado hoje em São Paulo, Haddad também disse que o dólar pode desvalorizar ainda neste ano. Segundo o ministro, justamente por terem sua moeda como reserva mundial, os Estados Unidos não precisam seguir rigorosamente metas fiscais ou manter suas finanças equilibradas.

Assim, outros países continuam financiando os Estados Unidos por meio da compra de títulos do Tesouro, independentemente do estado das contas públicas no país. Mas essa confiança absoluta, segundo o ministro, pode estar acabando, o que tem potencial de levar à desvalorização da moeda americana.

— Os Estados Unidos, quando prometem justiça fiscal, não fazem, porque têm a moeda da reserva de valor. E o mundo acaba financiando qualquer déficit [...] Mas 1971 está muito longe e as coisas estão mudando. Então, talvez, a gente consiga ver já neste ano uma desvalorização do dólar.

O ministro disse também que a adoção de tarifas pelo governo do presidente republicano Donald Trump pode agravar ainda mais essa situação.

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