Repórter
Publicado em 31 de outubro de 2025 às 09h26.
Última atualização em 31 de outubro de 2025 às 10h18.
A taxa de desemprego no trimestre encerrado em setembro de 2025 caiu para 5,6%, queda de 0,2 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre anterior e 0,8 ponto em relação ao mesmo período do ano passado.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgada nesta tsexta-feira, 31, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O índice repete o trimestre encerrado em agosto e segue no patamar mais baixo desde 2012, início da série histórica da PNAD.
O resultado veio acima da expectativa do mercado financeiro, que projetava uma taxa de 5,5%.
A população desocupada recuou para 6,045 milhões, o menor contingente registrado desde o início da pesquisa.
Ao mesmo tempo, o número de trabalhadores ocupados se manteve estável em 102,4 milhões, enquanto o nível de ocupação alcançou 58,7%. O total de empregados com carteira assinada chegou a 39,229 milhões, um novo recorde histórico.
A subutilização da força de trabalho também apresentou queda, atingindo 13,9%, menor patamar da série histórica. O número de subocupados por insuficiência de horas caiu para 4,535 milhões, e a força de trabalho potencial foi a 5,2 milhões, menor desde 2015. A população desalentada caiu para 2,637 milhões, menos da metade do pico registrado durante a pandemia.
Para Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, “o nível da ocupação em patamares elevados nos últimos meses indica a sustentabilidade da retração do desemprego ao longo de 2025”.
Segundo o IBGE, Agropecuária e Construção registraram crescimento de 3,4% cada uma, somando mais de 500 mil trabalhadores. Em contrapartida, Comércio e Serviços domésticos tiveram retração, com perda de quase 440 mil postos no total. Nos demais setores, a ocupação se manteve estável.
No comparativo anual, o IBGE destaque que para Transporte e Administração pública, com alta significativa no número de empregados. Já Serviços domésticos seguem em queda, refletindo mudanças na dinâmica do mercado de trabalho.
A informalidade se manteve em 37,8%, ou cerca de 38,7 milhões de trabalhadores, levemente abaixo dos 38,8% registrados em setembro de 2024. Já os empregos com carteira assinada chegaram a 39,229 milhões, com crescimento de 2,7% no ano.
No setor público, o número de empregados se manteve estável no trimestre e subiu 2,4% no ano. Entre os trabalhadores sem carteira no setor privado, houve queda de 4% em 12 meses, enquanto os autônomos cresceram 4,1%, alcançando 25,9 milhões.
A massa de rendimento real dos trabalhadores alcançou R$ 354,6 bilhões, mantendo-se estável no trimestre e com alta de 5,5% no ano, segundo o IBGE. O rendimento médio habitual também renovou recorde, com crescimento anual de 4%.
Entre os setores, o destaque vai para Alojamento e alimentação, que registrou aumento trimestral. No comparativo anual, avançaram Agropecuária, Construção, Informação e Comunicação, Administração pública e Serviços domésticos.
Adriana Beringuy afirma que “mesmo com estabilidade no trimestre, a massa de rendimento atinge valor recorde devido a ganhos reais e expansão do contingente de trabalhadores no primeiro semestre de 2025”.