Economia

Dilma reclama a Obama sobre política monetária expansionista

A presidente já havia criticado anteriormente os Estados Unidos e países europeus por um "tsunami monetário" que causou fluxo de liquidez para o Brasil

Presidente Dilma Rousseff e o presidente dos EUA, Barack Obama, em encontro no Salão Oval da Casa Branca, em Washington (Reuters)

Presidente Dilma Rousseff e o presidente dos EUA, Barack Obama, em encontro no Salão Oval da Casa Branca, em Washington (Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de julho de 2012 às 10h24.

Washington - A presidente Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira que expressou ao presidente dos EUA, Barack Obama, preocupações sobre o impacto da política monetária expansionista de países ricos sobre países em desenvolvimento, como o Brasil.

"Manifestamos para o presidente a preocupação do Brasil com a expansão monetária sem que os países com superávits equilibrem essa expansão monetária com políticas fiscais baseadas na expansão dos investimentos", disse Dilma em declarações a jornalistas após encontro com Obama, no Salão Oval da Casa Branca.

"Essas políticas monetárias solitárias no que se refere a políticas fiscais, levam à desvalorização das moedas em países desenvolvidos, levando ao comprometimento do crescimento dos países emergentes".

O porta-voz da Casa Branca Jay Carney, em declaração logo depois à imprensa, recusou-se a comentar a resposta de Obama às preocupações de Dilma.

Dilma já havia criticado anteriormente os Estados Unidos e países europeus por um "tsunami monetário" que causou fluxo de liquidez para o Brasil, valorizando o real e diminuindo a competitividade das exportações do país.

Apesar das críticas, Dilma reconheceu a atuação de Bancos Centrais diante da crise, evitando problemas de liquidez de altas proporções capaz de atingir todos os países. Considerou a atuação dos EUA como "muito importante".

"Os países Brics respondem hoje por uma parte muito expressiva do crescimento econômico. Mas é importante perceber que a retomada do crescimento num horizonte de médio prazo passa também pela retomada expressiva do crescimento americano", disse Dilma, ao referir-se ao grupo de países emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

A presidente afirmou que "políticas protecionistas", particularmente as relacionadas ao câmbio, serão um dos temas principais de discussão na Cúpula das Américas, que terá início na sexta-feira em Cartagena, na Colômbia.

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffPersonalidadesPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos TrabalhadoresPolítica no BrasilPaíses ricosEstados Unidos (EUA)Barack ObamaDiplomaciaPolítica monetária

Mais de Economia

Comissão mista do Congresso aprova MP do setor elétrico com novas regras

Câmara aprova projeto de atualização patrimonial e medidas da MP do IOF

Câmara aprova programa de R$ 3 bi em créditos fiscais à indústria química

MP do IOF: Haddad diz que clima melhorou para votação de alternativas