Economia

Do preço do Uber ao da carne: inflação mais controlada em janeiro?

A expectativa do mercado financeiro é que a taxa fique na faixa de 0,32%, ante avanço de 1,15% em dezembro

Carne: preço teve alta de mais de 30% no fim do ano, puxando para cima inflação de 2019 (Amanda Perobelli/Reuters)

Carne: preço teve alta de mais de 30% no fim do ano, puxando para cima inflação de 2019 (Amanda Perobelli/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de fevereiro de 2020 às 06h15.

Última atualização em 7 de fevereiro de 2020 às 09h48.

São Paulo — A inflação vai voltar para um terreno mais controlado no início de 2020? O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga nesta sexta-feira 7 a inflação de janeiro, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Após uma aceleração no fim do ano passado, pressionada pelo preço da carne, a expectativa é que o índice tenha sido bem menor em janeiro.

O Goldman Sachs espera uma alta de 0,35%, ante avanço de 1,15% em dezembro. Já a Necton vê avanço de 0,38%. A expectativa do Top 5 do Boletim Focus, formado pelo grupo dos economistas que mais acertam, é de 0,32%.

Esta também será a primeira vez que o IBGE vai utilizar a estrutura atualizada pela edição 2017/2018 da nova Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), que acompanha as mudanças nos hábitos de consumo da população. Com a atualização, 56 novos produtos e serviços passam a fazer parte do cálculo, incluindo aplicativos de transporte e serviços de streaming, como Uber e Spotify.

Entraram também na conta despesas relacionadas à vida saudável e estética, tratamento e higiene de animais domésticos e até o consumo de macarrão instantâneo. Outros itens, porém, perderam espaço ou foram excluídos, como aparelhos de DVD, assinatura de jornais e máquinas fotográficas.

Será a primeira vez também que o índice vai divulgar preços coletados por robôs virtuais. Com a inclusão dos transporte por aplicativo nos cálculos, o IBGE enfrentou o desafio de criar um monitoramento dinâmico, já que os preços de serviços com Uber variam conforme a cidade, horário e demanda.

IPCA fechou o ano passado em 4,31%, segundo o IBGE. Ficou um pouco acima da previsão dos analistas e acima do centro da meta definida pelo governo, que era de 4,25% com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. A alta nos preços teve um impulso sobretudo nos últimos meses do ano.

O destaque de 2019 ficou com as carnes, cuja variação acumulada no ano foi de 32,4%, com a maior parte do aumento nos preços concentrada no último bimestre (27,61%). Pesou também a alta nos planos de saúde (8,24%), por conta do reajuste autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), disse o IBGE na ocasião.

Para 2020, a projeção dos especialistas de instituições financeiras ouvidos pelo último Boletim Focus, divulgado nesta quinta-feira, 6, é que a inflação fique em 3,40%. A meta do conselho monetário é de 4%. Nesta quarta-feira, o Banco Central decidiu por reduzir a Selic, taxa básica de juros, de 4,5% para 4,25%. O movimento já era previsto pelos especialistas, embora juros mais baixos, na teoria, ajudam a impulsionar o consumo — e os preços.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCarnes e derivadosExame HojeIBGEInflaçãoIPCA

Mais de Economia

Alckmin diz que trabalha para redução de alíquota do tarifaço para todos os setores

Haddad confirma que governo socorrerá empresas afetadas pelo tarifaço com linhas de crédito

Rui Costa diz que Trump foi 'grosseiro' ao anunciar tarifas sobre produtos brasileiros

Haddad diz que vê maior 'sensibilidade' de autoridades dos EUA para negociar tarifas com o Brasil