O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil crescerá mais de 4% neste ano, segundo o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan. A estimativa é maior que a do mercado e a do Ministério da Fazenda, que trabalha com uma projeção de 3,5%. "Nós vamos crescer mais de 4% nesta ano. Anotem e cobrem", afirmou Furlan.

Segundo o ministro, esta é uma previsão realista e se baseia na expectativa de que as exportações responderão por metade deste crescimento, ficando o restante para o aumento do mercado interno. Furlan assinalou as empresas mudaram seu comportamento em relação às exportações, passando a vê-las como uma oportunidade permanente de receita e não como um filão esporádico.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Horácio Lafer Piva, porém, levantou dúvidas sobre a capacidade da economia crescer mais de 4% neste ano. A principal restrição, segundo Piva, vem do mercado interno, que ainda não está crescendo o suficiente para sustentar a previsão de Furlan. "Os setores exportadores e de agronegócios estão indo bem, mas os que dependem da demanda interna ainda precisam de muito apoio para reagir", disse.

Por isso, Piva prefere trabalhar com a estimativa de alta do PIB de 3,5% para 2004, mas minimizou os efeitos desse número para o desenvolvimento do país. "O Brasil precisa crescer a taxas de 5%, 6% ao ano", afirmou. Furlan e Piva participaram de mesa-redonda sobre as políticas econômica e industrial, durante o II Congresso da Indústria Paulista, promovido pela Fiesp.