Economia

Em derrota do governo, Câmara aprova urgência do projeto que derruba decreto do IOF

Presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nas últimas semanas que ambiente na Casa não é favorável ao aumento de tributos

Antonio Temóteo
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 16 de junho de 2025 às 21h32.

Última atualização em 16 de junho de 2025 às 21h44.

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Em uma derrota para o governo, a Câmara dos Deputados aprovou nesta segunda-feira, 16, com 346 votos favoráveis e 97 contra, a urgência do projeto que derruba o decreto eleva as alíquotas do Imposto de Operações Financeiras (IOF). A decisão garante que Projeto de Decreto Legislativo (PDL) seja apreciado direto no plenário da Câmara, sem necessidade de passar pelas comissões. A data de votação do PDL ainda será definida pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

"Informo que o Colégio de Líderes se reuniu hoje e decidiu pautar a urgência do PDL (Projeto de Decreto Legislativo) que susta os efeitos do novo decreto do governo que trata de aumento do IOF. Conforme tenho dito nos últimos dias, o clima na Câmara não é favorável para o aumento de impostos com objetivo arrecadatório para resolver nossos problemas fiscais", escreveu Motta nas redes sociais.

Reunião com Lula

Em meio à ameaça de derrubada das medidas do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com Motta, último domingo, 15, no Palácio do Alvorada.

Também participaram os ministros das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e da Casa Civi, Rui Costa, além do ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL). Ele é relator do projeto de lei do governo que aumenta a isenção do Imposto de Renda para todos que ganham acima de R$ 5 mil mensais. A reunião durou cerca de uma hora.

Entenda

As reviravoltas em torno do IOF já renderam três decretos diferentes sobre o assunto. O primeiro foi publicado no dia 22 de maio e elevou a alíquota de diversas operações. No mesmo dia, o governo recuou apenas na tributação das remessas de fundos brasileiros ao exterior.

Após reação negativa de setores do mercado e parlamentares, o governo publicou um decreto "recalibrando" os valores do IOF na noite da última quarta-feira, 11. Com o recuo parcial, a Fazenda estimou reduzir a arrecadação neste ano de R$ 19,1 bilhões para entre R$ 6 bilhões e R$ 7 bilhões. Esta é a norma que está na mira da Câmara e pode ser revogada.

Também na noite de quarta, o governo publicou uma medida provisória (MP) com medidas de compensação às mudanças no IOF. A MP terá como relator um parlamentar do PT, ainda não definido.

Desde que anunciou o aumento das alíquotas de IOF, o governo é criticado por Motta. O parlamentar cobra do Executivo medidas de corte de gastos. Por outro lado, a gestão petista insiste em tentar cumprir a meta fiscal de zerar o déficit publico por meio da alta de impostos.

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