Economia

Fiesp acusa Argentina de matar Mercosul

Em entrevista a uma rádio de Buenos Aires, representante da federação diz que o país será responsável pelo "fim do Mercosul"

Cristina Kirchner, presidente da Argentina: para Rubens Barbosa, da Fiesp, o país segue script contrário ao que é apregoado pelo Mercosul (Getty Images)

Cristina Kirchner, presidente da Argentina: para Rubens Barbosa, da Fiesp, o país segue script contrário ao que é apregoado pelo Mercosul (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 30 de junho de 2012 às 16h59.

São Paulo - O presidente do Conselho de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Rubens Barbosa, acusou neste sábado o governo argentino de ferir mortalmente o Mercosul e afirmou que o bloco deixou de lado o enfoque comercial para se tornar um instrumento de política regional.

"Nos últimos meses adotaram medidas que mataram o Mercosul. A Argentina vai ser responsável pelo fim do Mercosul", disse Rubens Barbosa à Rádio Mitre de Buenos Aires.

Segundo o empresário, "o Mercosul hoje como instrumento de política comercial acabou, não vale nada para abrir o comércio, se transformou agora em um foro político, o que vimos ontem (sexta-feira) foi o julgamento do Paraguai e a entrada da Venezuela sem negociação ou compromisso".

A cúpula do Mercosul realizada na sexta-feira na cidade argentina de Mendoza (oeste) decidiu suspender o Paraguai devido à destituição do presidente Fernando Lugo, até a realização de eleições em abril de 2013, e acertou o ingresso da Venezuela como membro pleno do bloco.

O empresário atacou as restrições impostas pela Argentina, e também citou os problemas que certos produtos argentinos enfrentam para chegar ao mercado brasileiro, como vinhos, uvas, cítricos e medicamentos, entre outros.

"A Argentina adotou medidas que vão contra o Mercosul, e agora aceitam a Venezuela sem qualquer negociação concreta", disse Rubens Barbosa, que trabalhou na chancelaria brasileira durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.

Rubens Barbosa lembrou que o "Tratado de Assunção (1991 que deu origem ao Mercosul) estabelecia a abertura do comércio entre os sócios e o que ocorre agora é exatamente o inverso".

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