Economia

Exclusivo: SP lança crédito para inovação sem limite máximo e com juros reduzidos

O edital estabelece que terão prioridade para a contratação de crédito projetos baseados em "tecnologias diferenciadas e disruptivas"

 (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

(Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 1 de março de 2025 às 08h17.

O governo de São Paulo lançará uma linha de crédito para o financiamento de projetos de empresas em inovação. A medida tem potencial de beneficiar mais de 1.500 empresas e oferecerá valores a partir de R$ 20 mil, sem limite máximo de financiamento. A informação foi adiantada com exclusividade à EXAME.

O projeto foi criado a partir de uma parceria entre a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SCTI) e a Desenvolve SP. A linha de crédito ficará disponível até 11 de abril.

A taxa de juros do crédito variará de acordo com a linha de financiamento em que o projeto for enquadrado. Os encargos podem ficar entre 5% e 20,25% ao ano, com prazo de pagamento de até 120 meses. A Desenvolve SP será responsável por enquadrar os projetos nas melhores condições disponíveis.

Serão consideradas propostas de ambientes ligados ao Sistema Paulista de Ambientes de Inovação (Spai), programa da SCTI que possui 61 ambientes de inovação, divididos entre startups, pequenas, médias e grandes empresas. Entre as empresas que fazem parte desse ecossistema estão Embraer, Bayer, Bunge, Embrapa e instituições de ensino, como USP, Unesp, Unicamp e PUC.

O edital estabelece que terão prioridade para a contratação de crédito projetos baseados em "tecnologias diferenciadas e disruptivas", preferencialmente com impactos socioambientais positivos.

Também receberão atenção especial propostas das chamadas deeptechs, incluindo temas como computação quântica, inteligência artificial, nanotecnologia, biotecnologia, engenharia genética, robótica e automação, interfaces cérebro-computador, neurociência, novas formas de geração de energia e tecnologia espacial.

“Procuramos soluções que tenham impacto positivo para a sociedade e o meio ambiente. Diante da atual crise climática, temas como a produção de biocombustíveis e a redução da pegada de carbono na indústria e na mobilidade urbana serão observados, mas não só isso. Por exemplo, soluções que apoiem a biodiversidade, a produção sustentável de alimentos, a economia circular e a redução de resíduos na indústria e no consumo também serão valorizadas”, afirma André Aquino, diretor de Inovação da SCTI, à EXAME.

Todos os segmentos serão aceitos, incluindo greentechs, cleantechs, govtechs, civictechs, edtechs, healtechs, biotechs e agrotechs, desde que sejam micro e pequenas empresas.

As propostas podem conter a criação de novos produtos ou serviços de base tecnológica, a mudança tecnológica de processos industriais para ganhos em sustentabilidade, a proteção à biodiversidade, além de projetos inovadores de govtechs, com governos municipais e estaduais como potenciais compradores, e civictechs, em que a sociedade civil seja a principal beneficiária.

“As taxas são atrativas, não há limite orçamentário para os projetos selecionados, já que os recursos são reembolsáveis pelos empreendedores. E não é necessário oferecer bens em garantia, pois os proponentes podem utilizar o fundo garantidor. Assim, a SCTI busca desburocratizar processos e fortalecer as atividades de inovação em São Paulo”, explica Aquino.

Na segunda fase da seleção, os empreendedores contarão com apoio do Sebrae para aprimorar as propostas. “Queremos distribuir mais crédito e impulsionar esses empreendimentos inovadores, trazendo benefícios para o povo paulista”, afirma Vahan Agopyan, secretário da SCTI.

Após o encerramento das inscrições, em 11 de abril, o cronograma do edital prevê:

  • Divulgação dos aprovados na primeira fase até 2 de maio
  • Submissão dos projetos até 4 de julho
  • Divulgação final dos aprovados (segunda fase) até 8 de setembro
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