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Exportações de produtos brasileiros afetados para os EUA aumentam em julho

Brasil acumula déficit comercial com os Estados Unidos há sete meses

Agência o Globo
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Publicado em 6 de agosto de 2025 às 17h05.

Última atualização em 6 de agosto de 2025 às 17h14.

No mês que antecedeu a vigência do tarifaço promovido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, as exportações brasileiras de produtos que não escaparam da sobretaxa de 50% registraram altas significativas.

Enquanto o crescimento das exportações brasileiras foi de 4,8% de forma geral, as vendas para os EUA aumentaram 11,0%, chegando a US$ 7,98 bilhões. Segundo o diretor de Estatísticas de Comércio Exterior, Herlon Brandão, a alta sugere que pode ter havido antecipação dos embarques, devido ao tarifaço.

– Houve crescimento de produtos atingidos pela sobretaxa e também os que não foram atingidos, como café, suco de laranja, aeronaves, ferro-gusa, sucos de laranja, cobre, alumínio, entre outros – disse Brandão, destacando que não se sabia que produtos ficariam de fora.

Com a ameaça do tarifaço, o Brasil vendeu mais para o mundo:

  • Os embarques de frutas e nozes não oleaginosas, frescas ou secas cresceram 49,3%;
  • As exportações de café não torrado subiram 25,4%;
  • De minério de cobre, 81,1%;
  • Carne bovina fresca, refrigerada ou congelada, 46,9%;
  • Aeronaves e outros equipamentos, incluindo suas partes, 168,9%;
  • E ouro, 87,3%.

Déficit comercial

Os dados do governo mostram também que o Brasil registrou déficit em suas transações comerciais com os americanos pelo sétimo mês seguido em julho.

Isso significa que o Brasil importou mais produtos americanos do que exportou para os Estados Unidos.

  • Em julho, as exportações brasileiras aos Estados Unidos somaram US$ 3,71 bilhões.
  • As importações feitas pelo Brasil totalizaram US$ 4,26 bilhões no período.
  • Com isso, o saldo ficou deficitário para o Brasil em US$ 559 milhões no mês passado.
  • O último mês no qual o Brasil teve superávit com os EUA, ou seja, quando as exportações superaram as compras do exterior, foi dezembro do ano passado — no valor de US$ 468 milhões.

Tarifas

A sobretaxa de 50% do governo americano sobre produtos brasileiros entra em vigor nesta quarta-feira, uma semana após o presidente Donald Trump assinar a ordem executiva que estabelece a medida.

Na prática, a ordem executiva assinada por Trump implementou uma tarifa adicional de 40% sobre o Brasil, somando-se aos 10% anunciados em abril e elevando o total da tarifa para 50%.

O governo americano definiu quase 700 exceções de produtos — entre os 4 mil itens que o Brasil exporta para os EUA — a essa tarifa adicional de 40%.

Entre essas exceções estão artigos essenciais para o mercado americano, como aviões da Embraer, peças aeronáuticas (como turbinas, pneus e motores), suco de laranja, castanhas, vários insumos de madeira, celulose, ferro-gusa, minério de ferro, equipamentos elétricos e petróleo.

No entanto, alguns dos principais itens da pauta de exportação brasileira, como café, cacau, carne e frutas, ficaram de fora da lista de produtos que não terão tarifa adicional.

Balança total

No mês passado, a balança comercial registrou um superávit de US$ 7,4 bilhões. As exportações somaram US$ 32,3 bilhões e as importações, US$ 25, 2 bilhões. No ano, há um superávit acumulado de US$ 36,9 bilhões.

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