Contêineres em porto de Houston, no Texas, Estados Unidos (Brandon Bell/Getty Images)
Repórter de macroeconomia
Publicado em 6 de outubro de 2025 às 15h30.
Última atualização em 6 de outubro de 2025 às 16h18.
As exportações de produtos do Brasil para os Estados Unidos caíram 20,3% em setembro, na comparação com o ano anterior, em meio ao tarifaço imposto pelo presidente Donald Trump. No entanto, houve alta das vendas totais do país para o exterior, de 7,2%.
No mês passado, o Brasil vendeu US$ 2,58 bilhões em produtos aos americanos, uma queda de 20,3%. Já as importações de produtos dos EUA para cá aumentaram 14,3% em setembro e atingiram US$ 4,35 bilhões. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira, 6, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
Já no acumulado do ano, as exportações do Brasil para os EUA caíram apenas 0,6%, de janeiro a setembro, e o volume somou US$ 29,21 bilhões.
Na soma geral, que considera exportações para todos os países, o Brasil exportou 7,2% a mais em setembro do que no mesmo mês do ano passado. As vendas somaram US$ 30,53 bilhões.
Com isso, a balança comercial brasileira (importações menos exportações) fechou o mês com superávit de US$ 2,99 bilhões. No saldo do ano até agora, há superávit de US$ 45,48 bilhões, valor 22,5% menor do que o mesmo período do ano passado.
A queda das vendas aos EUA foi compensada por alta nas vendas para a Argentina (24,9% a mais), China (+14%) e União Europeia (+2%).
O crescimento mais forte nas exportações veio da agricultura, com 18% de alta das exportações. A indústria extrativa subiu 9,2% nesse indicador.
Em agosto, Trump impôs uma tarifa de 50% aos produtos brasileiros, com centenas de exceções. A nova taxa entrou em vigor em 6 de agosto e não vale para produtos que deixaram os portos de partida até esta data.
Os dois países negociam a situação e Trump teve uma conversa com Lula nesta segunda-feira, 6. Os líderes disseram que planejam um encontro presencial para avançar com as negociações.
A expansão das exportações em setembro foi puxada, principalmente, pelo crescimento nas vendas dos seguintes produtos. Os dados se referem ao mesmo mês de 2024.
Queda de exportações por produto, na comparação entre setembro de 2025 com setembro de 2024: