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FMI vê 'surpresas positivas' para economias emergentes no primeiro trimestre de 2025

De acordo com o fundo, projeções estão relacionadas às reduções e pausas na guerra tarifária promovida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 12 de junho de 2025 às 14h08.

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O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou nesta quinta-feira, 12, que viu "surpresas positivas" para o crescimento das economias emergentes e em desenvolvimento nos primeiros três meses do ano, relacionadas às reduções e pausas na guerra tarifária promovida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o que pode influenciar uma revisão para cima das projeções de desaceleração para 2025.

"Observamos algumas surpresas positivas no crescimento do primeiro trimestre para este grupo de países, incluindo a China. Também vimos reduções recentes em algumas tarifas, o que representa um risco de alta para nossa previsão", declarou a porta-voz do FMI, Julie Kozack, durante uma coletiva de imprensa.

Em abril, o FMI cortou em meio ponto percentual sua previsão para o crescimento econômico global, para 2,8%, devido aos efeitos da política tarifária promovida por Trump e a um declínio para os mercados emergentes e em desenvolvimento, de 4,3% em 2024 para 3,7% neste ano.

Desde então, as pausas na aplicação de tarifas por Washington e os acordos firmados com o Reino Unido e a China alteraram as perspectivas econômicas, algo que o FMI levará em consideração ao revisar suas projeções, cuja publicação está prevista para o final de julho.

Diante do que descreve como "um cenário econômico complexo e incerto" para economias emergentes e em desenvolvimento, o FMI recomenda "uma resposta política multifacetada".

"Primeiramente, a política monetária e as políticas macroprudenciais ou prudenciais devem ser cuidadosamente calibradas para manter a estabilidade nesses países. Recomendamos também que esse grupo de países reconstrua as margens de manobra fiscais", disse Kozack.

A porta-voz também recordou que incentivaram os países "a empreender as reformas necessárias para não atrasar ainda mais as reformas associadas ao aumento da produtividade e do crescimento de longo prazo".

"No FMI, já há algum tempo falamos sobre um ambiente de baixo crescimento e alto endividamento, e isso, claro, também se aplica a esse grupo de países. Portanto, lidar com a dívida é importante, é claro, por meio da consolidação fiscal, mas também, e de forma muito importante, impulsionando o crescimento e aumentando a produtividade", ressaltou Kozack.

O FMI cortou sua previsão de crescimento econômico global para este ano em meio ponto percentual, para 2,8%, devido ao impacto em todas as economias da guerra tarifária desencadeada por Trump, que deve afetar principalmente os Estados Unidos, a China e o México.

Especificamente para mercados emergentes e economias em desenvolvimento, as projeções do FMI em abril apontam para uma queda de 0,5 e 0,4 ponto percentual, para 3,7% e 3,9%, respectivamente, neste ano e no próximo.

Para a América Latina e o Caribe, prevê-se uma redução em relação a janeiro de 0,5 ponto percentual em 2025 (para 2%) e de 0,3 ponto percentual em 2026 (2,4%).

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