Economia

Garantir crédito é mais efetivo que cortar IPI

Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) aponta que é preciso aprimorar as garantias para proteger bancos que concedem crédito


	Carros: "O banqueiro perdeu apetite para assumir risco", diz Meneghetti sobre crédito
 (Joe Raedle/AFP)

Carros: "O banqueiro perdeu apetite para assumir risco", diz Meneghetti sobre crédito (Joe Raedle/AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de julho de 2014 às 10h17.

São Paulo - Alterar a legislação para garantir mecanismos de retomada no caso de inadimplência em financiamento de veículos teria efeito positivo no mercado automobilístico superior à redução do IPI, avalia o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Flávio Meneghetti.

Ele aponta que é preciso aprimorar as garantias para estimular a concessão de crédito.

"Estamos trabalhando junto com o governo para fazer com que quem concede crédito tenha condições de se proteger", afirmou nesta quarta-feira, 2.

De acordo com ele, a cada 100 contratos inadimplentes, os bancos conseguem retomar 15 veículos. Dos veículos retomados, é possível recuperar R$ 10 mil, de um tíquete médio de R$ 25 mil, em decorrência do prazo de mais de 200 dias neste processo.

"O banqueiro perdeu apetite para assumir esse risco", afirma. Segundo Meneghetti, conceder empréstimo para aquisição de veículos deixou de ser bom negócio em função da "legislação ultrapassada que privilegia os maus pagadores".

"Solicitamos uma política igual ao crédito imobiliário", afirmou o presidente da Fenabrave.

De acordo com ele, os bancos indicam que poderiam aumentar ao redor de 20% a concessão crédito com um novo sistema de retomada em caso de inadimplência, o que corresponderia a 380 mil veículos no ano.

"Seria o instrumento mais barato que se tem para fazer a situação ser mais racional", disse.

Emprego

Questionado se houve algum comprometimento do setor com o governo no sentido de manter os empregos, em troca da prorrogação da alíquota atual de IPI, Meneghetti se limitou a dizer que "em função do tamanho da redução do mercado, um ajuste (na mão de obra) vai ocorrer e está ocorrendo". "É impossível não ter ajuste com esse tamanho de redução", completou.

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