Governador Ronaldo Caiado (Goiás) (Um Brasil/Divulgação)
Agência de notícias
Publicado em 22 de julho de 2025 às 13h06.
O governador do Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), anunciou a criação de uma linha de crédito emergencial para empresas do estado do tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, previsto para entrar em vigor em 1º de agosto
O anúncio foi feito em vídeo publicado neste sábado pelo governador nas redes sociais, durante missão no Japão.
"Precisamos reagir com firmeza e responsabilidade, como o governo federal não esboça nenhuma reação, como governador de Goiás, determinei a abertura de uma linha de crédito com taxas inferiores às de mercado e a criação de um grupo de trabalho com representantes do governo e da iniciativa privada para avaliação de medidas adicionais que possam proteger a economia goiana", disse Caiado.
Segundo a assessoria do governo, a linha de crédito será voltada a empresas goianas com alta exposição nas exportações aos Estados Unidos, especialmente do setor agroindustrial, que está entre os mais atingidos pela sobretaxa de 50% sobre commodities como soja, carne e derivados do aço.
O escopo da medida deve ser fechado nesta terça-feira em reunião com empresários e representantes do governo goiano.
A taxa de financiamento será inferior a 10% ao ano — pelo menos três pontos percentuais abaixo das linhas subsidiadas por programas federais, como Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Plano Safra e fundos constitucionais. Segundo o governo, não haverá aporte de recursos públicos.
Em contrapartida à tomada de crédito, será exigido das empresas a manutenção dos empregos durante o período de acesso ao crédito. Também deve ser criado um fundo de garantia voltado a pequenos e médios empresários, para alavancar a oferta de crédito por parte da iniciativa privada.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva também trabalha em saídas para socorrer empresas brasileiras potencialmente afetadas pelo tarifaço dos Estados Unidos.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mencionou, em entrevista à CBN ontem, a possibilidade de um “plano de contingência”. Isso pode incluir a criação de linhas emergenciais de crédito, de acordo com auxiliares do presidente.
Na avaliação de integrantes do governo, é preciso garantir um financiamento emergencial a alguns setores, especialmente aqueles mais atingidos pelas tarifas de 50% contra produtos brasileiros. O entendimento é que seria difícil redirecionar toda a exportação, diante do volume, ou introduzi-la no mercado interno.
Também está em estudo a criação de um fundo específico para empresas afetadas pela crise. Esse fundo seria abastecido com crédito extraordinário (fora das regras fiscais) e usado como lastro para operação de crédito, de modo a reduzir a taxa de juros.