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Greve contra novos cortes do governo paralisa a Grécia

Pela primeira vez, a greve geral teve a participação do pequeno comércio

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 27 de setembro de 2012 às 14h51.

Atenas - A Grécia ficou paralisada nesta quarta-feira durante uma greve geral convocada pelas principais confederações sindicais contra os novos cortes que o governo de Antonis Samaras anunciará nos próximos dias.

A adesão foi em massa, segundo a principal união de trabalhadores do setor privado, já que cruzaram os braços 100% dos funcionários de estaleiros, transporte marítimo e refinarias; 90% dos portuários e da construção, 85% da indústria metalúrgica e 80% dos empregados de hotelaria, comércio, bancos e empresas públicas.

''Os planos de resgate aumentaram o número de desempregados para 25%, isso segundo números oficiais, porque na realidade a taxa é de 32%. Nesta situação crítica para seu futuro, em vez de homens políticos, a Grécia tem anões políticos'', afirmou o secretário-geral da central sindical GSEE, Nikos Kiutsukis, à Agência Efe.

Pela primeira vez, a greve geral teve a participação do pequeno comércio, que fechou as portas até o meio da tarde para protestar que os cortes salariais e o aumento de impostos reduziram drasticamente o consumo.

''Cerca de 160 mil empresas se declararam em quebra nestes dois anos. Com as novas medidas, outras 120 mil pequenas empresas fecharão, provocando a perda de 200.000 postos de trabalho'', disse Yorgos Kavvazas, presidente da Confederação Nacional de Pequenos Empresários (GSEVE).

As novas medidas de poupança compreendem 11,5 bilhões de euros em cortes orçamentários e outros 2 bilhões em novas arrecadações. O pacote de medidas, que tem o apoio de Samaras, ainda precisa receber o aval do restante do governo e ser apresentado ao parlamento antes da próxima reunião do Eurogrupo, em 8 de outubro.

Algumas dos profissionais públicos que sofrerão maior redução salarial são os professores universitários, os médicos, os juízes e membros das forças de segurança.

A manifestação convocada pelos sindicatos em Atenas contou com a participação de 35 mil pessoas, segundo a polícia. A manifestação era realizada em tom pacífico até que alguns encapuzados lançaram objetos e coquetéis molotov contra policiais, que agiram para evitar um distúrbio ainda maior e evacuaram uma praça na região central da cidade.

Segundo informações da polícia à Agência Efe, 105 pessoas foram detidas, mas a maioria foi libertada pouco depois, exceto 21 que sofrerão acusações formais. Três manifestantes foram levados a hospitais e oito policiais ficaram feridos nos confrontos. 

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