Haddad: segundo o ministro, para compensar a renúncia fiscal com isenção de IR, o governo criará um imposto mínimo de 10% que incidirá sobre a renda de quem recebe mais de R$ 50 mil por mês (Agência Brasil)
Repórter especial de Macroeconomia
Publicado em 17 de março de 2025 às 15h30.
Última atualização em 17 de março de 2025 às 15h39.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira, 17, que a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem tem renda mensal de até R$ 5 mil custará R$ 27 bilhões aos cofres públicos. A projeção inicial do governo era de um custo de R$ 35 bilhões.
Além disso, o ministro sinalizou que não limitará isenção de IR para quem tem doença grave, proposta que foi debatida pela equipe econômica.
Haddad afirmou que o cálculo foi alterado diante da previsão de ainda neste ano, elevar a isenção do IR dos atuais R$ 2.824 para R$ 3.036. Esse valor corrigido equivale a dois salários mínimos.
"Foi um recálculo porque esse ano vai ter uma pequena correção depois do orçamento, este ano já vai ter uma correção por conta do aumento do salário mínimo. Então muda a base [que incide o imposto]", disse.
Haddad ainda afirmou que se reunirá com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e com Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), nesta terça-feira, 18, para detalhar a isenção de IR e as possíveis compensações.
Para compensar a renúncia fiscal, o governo criará um imposto mínimo de 10% que incidirá sobre a renda de quem recebe mais de R$ 50 mil por mês (R$ 600 mil por ano).
Nessa conta estarão incluídos os rendimentos recebidos como lucros e dividendos, atualmente, isentos.
"Aquilo que foi anunciado [está mantido], com alterações encomendadas pelo presidente Lula, que foi não mexer nos descontos e considerar o CNPJ também. Então foram duas alterações, foram pedidos, ficaram prontas já há duas, três semanas", disse.