Economia

Holland consultou Abimaq sobre ampliação do lay-off

A luta com o governo federal em prol do aumento para até dois anos desse período tem sido encabeça por centrais sindicais e associações


	Indústria: em outubro, a Abimaq registrou nova queda no quadro de pessoal do setor
 (Bloomberg)

Indústria: em outubro, a Abimaq registrou nova queda no quadro de pessoal do setor (Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2014 às 16h00.

São Paulo - O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, procurou a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) na semana passada para consultar a opinião da entidade sobre um possível prolongamento do período de lay-off (suspensão temporária dos contratos de trabalho).

A luta com o governo federal em prol do aumento para até dois anos desse período tem sido encabeça por centrais sindicais e associações, como a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Pela legislação atual, esse tempo pode ser de, no máximo, cinco meses.

De acordo com o chefe de gabinete da presidência da Abimaq, Lourival Júnior Franklin, Holland procurou a associação na última quarta-feira (19).

"Ele quis saber a nossa opinião sobre o lay-off e disse que estava avaliando junto a outros setores da indústria o que achavam", afirmou em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, após a coletiva de imprensa em que a entidade divulgou os resultados de outubro.

"Ele disse que queria deixar as diretrizes da proposta (de mudança da legislação) prontas para a próxima equipe econômica, caso não conseguisse concluir o projeto a tempo da mudança", afirmou, dizendo não saber mais detalhes da proposta.

Franklin disse ter respondido a Holland que a indústria de máquinas e equipamentos não costuma usar o lay-off como mecanismo para equilibrar produção e estoques.

"Mas dissemos que qualquer medida que venha a ajudar o trabalhador a não ser demitido é bem-vinda", ponderou em seguida.

Em outubro, a Abimaq registrou nova queda, dessa vez de 0,5%, no quadro de pessoal do setor, em relação a setembro de 2014, ao contabilizar 244.672 postos de trabalho.

De acordo com a associação, esse é o menor número desde o mês de julho de 2010.

Modelo negociado

Indústrias e centrais sindicais estão negociando com o governo um modelo de lay-off baseado no sistema alemão, que prevê até dois anos de afastamento do trabalhador, sem que seja desvinculado da empresa.

Durante esse período, ele permanece em casa e recebe parte do salário pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) em forma de bolsa de qualificação, como ocorre atualmente.

A expectativa do setor industrial é que um proposta definitiva, batizada de Programa de Proteção ao Emprego, seja apresentada pelo governo até o fim deste ano e prolongue o período de lay-off para pelo menos um ano.

Acompanhe tudo sobre:Direitos trabalhistasEmpregosMinistério da Fazenda

Mais de Economia

Comissão do Senado aprova projeto que amplia isenção de IR para quem ganha até dois salários

Após tarifaço, déficit comercial dos EUA cai em junho com a queda das importações

Em meio ao tarifaço dos EUA, Haddad diz que governo dará atenção especial a setores vulneráveis

Crediário ganha o mundo: parcelamento sem juros vira aposta bilionária de fintechs e bancos