Economia

Indústria opera com sua menor capacidade desde 2012, diz CNI

O nível de atividade do setor também se mantém muito abaixo do usual para o mês, com 28,8 pontos

Indústria: o indicador é inferior 2 pontos porcentuais em relação a janeiro e 10 pontos porcentuais abaixo da média histórica para o mês (iStock/Thinkstock)

Indústria: o indicador é inferior 2 pontos porcentuais em relação a janeiro e 10 pontos porcentuais abaixo da média histórica para o mês (iStock/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de março de 2017 às 12h40.

Brasília - A indústria da construção operou em fevereiro no menor nível de sua capacidade desde janeiro de 2012. De acordo com pesquisa divulgada nesta quinta-feira, 23, pela Confederação Nacional da Indústrias (CNI), o indicador que mede a utilização da capacidade de operação do setor atingiu 53%, o menor da série história da Sondagem Indústria da Construção, iniciada há cinco anos.

O indicador é inferior 2 pontos porcentuais em relação a janeiro e 10 pontos porcentuais abaixo da média histórica para o mês de fevereiro.

Além disso, o nível de atividade do setor se mantém muito abaixo do usual para o mês, com 28,8 pontos. Os dados da pesquisa variam de zero a 100 pontos.

Valores abaixo de 50 pontos sinalizam atividade abaixo do usual e, quanto menor o valor, mais distante a atividade está do usual.

Segundo o estudo, a ociosidade recorde em fevereiro no setor se deve à longa trajetória de queda da atividade e do emprego também.

No mês passado, o índice do número de empregados ficou em 38,9 pontos, frente aos 38,4 pontos de janeiro, com uma pequena alta, mas ainda abaixo dos 50 pontos, o que indica retração.

A fraca atividade mantém os empresários da construção pessimistas. Segundo a CNI, todos os indicadores de expectativas caíram, após duas altas consecutivas.

O indicador de expectativa do nível de atividade teve queda de 1,2 ponto, chegando a 49,1 pontos. O índice relativo a novos empreendimentos e serviços recuou 0,5 ponto, para 47,5 pontos, e o de compra de insumos e matérias-primas caiu 1,2 ponto, ficando em 47,2 pontos. A expectativa quanto ao número de empregados caiu 1 ponto, para 46,1 pontos.

A economista Flávia Ferraz explica que a indústria da construção costuma se recuperar de forma mais lenta que os demais setores, mesmo com diversos sinais positivos, como inflação em ritmo de queda, redução na taxa de juros e possibilidade de serem feitas reformas como a Tributária, a Previdenciária e a Trabalhista.

"Isso se explica, pois as operações da indústria da construção são de mais longo prazo", disse a economista.

O estudo ainda mostra que os empresários, diante do cenário pessimista, não estão interessados em investir. O índice de intenção de investimentos segue bem abaixo da linha dos 50 pontos, em 26,6 pontos.

Esta edição da Sondagem Indústria da Construção foi realizada no período de 2 a 14 de março com 567 empresas, das quais 177 pequenas, 260 médias e 130 de grande porte.

Acompanhe tudo sobre:IndústriaCNI – Confederação Nacional da Indústria

Mais de Economia

Lira acolhe só três de 99 emendas e mantém núcleo do projeto de isenção de IR até R$ 5 mil

Sem acordo, Congresso adia votação de MP alternativa ao IOF para véspera do prazo de validade

Antes de votação do IR, Lira diz que deve 'ajustar' pontos do projeto

Empresas de bets terão de bloquear cadastros de beneficiários do Bolsa Família e BPC/Loas