Economia

Investidor de longo prazo não compartilha da confiança do mercado, diz Paulo Leme

São Paulo, 24 de abril (Portal EXAME) O dólar cedeu, as empresas voltaram a fazer captações externas e o risco país caiu, mas Paulo Leme, economista do banco de investimento Goldman Sachs, recomenda cautela: a confiança exposta pelos indicadores do mercado financeiro não é compartilhada pelos investidores de longo prazo , diz Leme. O termômetro […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h07.

São Paulo, 24 de abril (Portal EXAME) O dólar cedeu, as empresas voltaram a fazer captações externas e o risco país caiu, mas Paulo Leme, economista do banco de investimento Goldman Sachs, recomenda cautela: a confiança exposta pelos indicadores do mercado financeiro não é compartilhada pelos investidores de longo prazo , diz Leme. O termômetro dessa disparidade está no volume de investimentos diretos estrangeiros (IDEs) no Brasil. Entre janeiro e março deste ano, ingressaram no país 1,98 bilhão dólares, uma queda drástica de 58% em relação aos 4,7 bilhões de dólares contabilizados no mesmo período do ano passado. Em março último, o Brasil recebeu apenas 284 milhões de dólares, quase 10% dos 2,4 bilhões que ingressaram no país em março de 2002.

Uma queda violenta como essa é alarmante, na opinião de Leme, principalmente porque não sinaliza uma tendência mundial. Pelo contrário: é um fenômeno restrito ao Brasil que pode estar refletindo a desconfianças dos empresários em relação ao futuro do país. Existe uma preocupante dicotomia na forma como o novo governo conduz a economia , diz Leme. De um lado, temos uma gestão eficiente da política macroeconômica e, do outro, uma indefinição na gestão da microeconomia, que afetam justamente a confiança os investidores de longo prazo.

Entre os pontos que têm instigado a cautela dos investidores de longo prazo estão o esvaziamento das agências reguladoras e a elevação da carga tributária, que já equivale a 36,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. A maior preocupação das empresas, no entanto, é a falta de regras clara para setores diretamente afetados por decisões do governo, como energia elétrica, telefonia, petróleo e gás. O compasso de espera, imposto pela esfera política, adia os desembolsos de capitais na implantação e na expansão dos negócios. O Brasil terá dificuldades para atrair novos investidores ou mesmo perder aqueles que já têm operações no país, se o governo não estruturar o mais rápido possível uma política microeconômica , diz Leme.

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