Economia

Investidores podem tirar US$12 bi do Brasil, alerta Deutsche

Deutsche Bank: o alerta da Moody's indica que o Brasil pode perder o título de bom pagador antes do esperado


	Deutsche Bank: o alerta da Moody's indica que o Brasil pode perder o título de bom pagador antes do esperado
 (Bruno Domingos/Reuters)

Deutsche Bank: o alerta da Moody's indica que o Brasil pode perder o título de bom pagador antes do esperado (Bruno Domingos/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de dezembro de 2015 às 08h26.

Londres - A decisão anunciada pela Moody’s de colocar o rating brasileiro em revisão não é uma grande surpresa para os analistas do Deutsche Bank.

O momento do alerta sobre a nota brasileira, porém, indica que o Brasil pode perder o título de bom pagador antes do esperado pelos economistas do banco alemão.

O Deutsche calcula que gestores e fundos de todo o mundo teriam de desmontar posições de US$ 12 bilhões em bônus de bancos brasileiros com o downgrade, mas boa parte desse movimento já teria sido antecipada.

"Muitas análises sugerem que não era uma grande surpresa dado que a Standard & Poor’s já tem o soberano do Brasil em BB+", dizem os analistas do banco em análise enviada ontem aos clientes.

O Deutsche destaca que os ativos brasileiros reagiram pouco depois da notícia, o que reforça a avaliação de que a decisão já estava embutida no preço. Uma das poucas reações foi o bônus de 10 anos que teve aumento do retorno de cerca de 8 pontos-base após a notícia.

O banco alemão nota, porém, que o momento da decisão deve indicar que o Brasil pode perder o título de bom pagador antes do previsto.

"Nossos economistas de mercados emergentes destacaram que, nesse passo, parece que o Brasil vai perder o status de grau de investimento de pelo menos duas agências um pouco mais rápido que eles esperavam."

Diante do risco cada vez maior de o País perder o grau de investimento, os economistas do banco calculam que cerca de US$ 12 bilhões em bônus emitidos por bancos brasileiros estariam em risco, já que o rebaixamento da nota brasileira normalmente é acompanhado pela piora da nota dos bancos e empresas do País.

Quando duas agências de classificação de risco colocam um emissor em "grau especulativo", a política de investimento dos fundos prevê que gestores são obrigados a vender tais ativos.

"Os economistas ressaltam, no entanto, que o potencial de perda do grau de investimento tem sido bem sinalizada no mercado. Então, o atual posicionamento provavelmente já reflete isso", cita o relatório. 

Acompanhe tudo sobre:Agências de ratingInvestimentos de empresasMoody'sStandard & Poor's

Mais de Economia

MP do crédito consignado para trabalhadores do setor privado será editada após o carnaval

Com sinais de avanço no impasse sobre as emendas, Congresso prevê votar orçamento até 17 de março

Ministro do Trabalho diz que Brasil abriu mais de 100 mil vagas de emprego em janeiro

É 'irrefutável' que vamos precisar de várias reformas da previdência ao longo do tempo, diz Ceron