Economia

IPCA fica em 0,26% em julho, abaixo do esperado; inflação acumulada de 12 meses fica em 5,23%

O resultado veio abaixo da expectativa do mercado financeiro, que esperava uma alta de 0,37% no mês

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 12 de agosto de 2025 às 09h05.

Última atualização em 12 de agosto de 2025 às 09h52.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o indicador oficial da inflação no Brasil, fechou o mês de julho com alta de 0,26%, aceleração de 0,02 ponto percentual em comparação ao índice de 0,24% registrado em junho.

A inflação acumula alta de 5,23% nos últimos 12 meses, valor inferior aos 5,53% observados no período anterior. No ano, o IPCA acumula alta de 3,26%. Em julho de 2024, a variação foi de 0,38%.

O resultado veio abaixo da expectativa do mercado financeiro, que esperava uma alta de 0,37% no mês. Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 12, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Energia elétrica pressiona a inflação

Segundo o IBGE, o resultado novamente foi influenciado pela energia elétrica residencial, que registrou o maior impacto individual no índice (0,12 p.p.), assim como nos meses de maio (0,14 p.p. em 0,26%) e junho (0,12 p.p. em 0,24%).

“De janeiro a julho, energia elétrica residencial acumula uma alta de 10,18%, destacando-se como o principal impacto individual (0,39 p.p.) no resultado acumulado do IPCA (3,26%). Esta variação (10,18%) é a maior para o período janeiro a julho desde 2018 quando o acumulado foi de 13,78%.”, afirma Fernando Gonçalves, gerente do IPCA.

“Sem a contribuição da energia elétrica, o resultado do IPCA de julho ficaria em 0,15%”, informou o gerente.

Em julho, a bandeira tarifária vermelha patamar 1 permaneceu em vigor, como desde junho, o que acrescenta R$ 4,46 na conta de luz a cada 100 KWh consumidos.

Essa alta reflete também o reajuste de 13,97% em uma das concessionárias de São Paulo (10,56%), que entrou em vigor em 04 de julho; 1,97% em Curitiba (2,47%), desde 24 de junho; 14,19% em uma das concessionárias de Porto Alegre (1,48%), a partir de 19 de junho; e a redução de 2,16% nas tarifas de uma das concessionárias do Rio de Janeiro (0,71%), desde 17 de junho.

Preços dos alimentos segue em queda

O grupo de Alimentação e bebidas registrou resultado negativo pelo segundo mês consecutivo, com queda de 0,27%. Em junho, a variação foi de -0,18%.

A queda em julho foi puxada pela alimentação no domicílio (-0,69%), com destaque para batata-inglesa (-20,27%), cebola (-13,26%) e arroz (-2,89%).

A alimentação fora do domicílio acelerou de 0,46% em junho para 0,87% em julho, com destaque para o subitem lanche, que subiu de 0,58% em junho para 1,90% em julho.

“Com a queda de alimentos importante na cesta de consumo das famílias, o resultado do IPCA no mês ficou em 0,26%. Sem a contribuição dos alimentos, a inflação seria de 0,41%. As altas no grupamento de alimentação fora do domicílio refletem o período de férias”, diz Gonçalves.

Como ficou o IPCA de julho de 2025?

  • Inflação de julho: 0,26%
  • IPCA dos últimos 12 meses: 5,23%
  • IPCA no ano: 3,26%

Quem calcula o IPCA?

O cálculo do IPCA envolve várias etapas e considerações importantes. Vamos entender como isso é feito:

1. Amostra de produtos e serviços

O IPCA é calculado com base em uma amostra de produtos e serviços que representam os gastos das famílias brasileiras. Essa amostra é composta por cerca de 400 itens, que incluem alimentos, bebidas, habitação, transporte, saúde, educação, entre outros. A seleção dos itens é feita com base em pesquisas de orçamento familiar e em dados de consumo das famílias.

2. Pesquisa de preços

Para calcular o IPCA acumulado, o IBGE realiza uma pesquisa de preços em estabelecimentos comerciais de todo o país. Essa pesquisa é realizada mensalmente e envolve cerca de 30 mil estabelecimentos, incluindo supermercados, lojas de departamento, postos de combustível, entre outros. Os preços dos produtos e serviços são coletados e comparados com os preços do mês anterior.

3. Ponderação dos itens

Os itens da amostra do IPCA são ponderados de acordo com a sua participação nos gastos das famílias brasileiras. Itens que representam uma parcela maior dos gastos têm um peso maior no cálculo do IPCA. Essa ponderação é feita com base em dados de orçamento familiar e em pesquisas de consumo.

4. Cálculo do índice

O IPCA é calculado a partir da variação dos preços dos produtos e serviços da amostra. Essa variação é medida em relação ao mês anterior e é ponderada de acordo com a participação de cada item nos gastos das famílias. O resultado é um índice que reflete a variação média.

O que é IPCA acumulado?

O IPCA acumulado é um indicador que mede a variação dos preços de um conjunto de produtos e serviços ao longo de um determinado período. Ele é calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e é considerado o índice oficial de inflação no Brasil. O IPCA acumulado é utilizado para monitorar a inflação e é divulgado mensalmente.

O que significa a sigla IPCA?

A sigla IPCA significa Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Ele é um indicador que mede a variação dos preços de um conjunto de produtos e serviços consumidos pelas famílias brasileiras com renda mensal entre um e 40 salários mínimos. O IPCA é calculado pelo IBGE e é considerado o índice oficial de inflação no Brasil. Ele é utilizado para monitorar a inflação e é divulgado mensalmente.

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