Economia

Transporte precisa de R$ 4,8 bi por ano, diz Ipea

Os pesquisadores apontam ainda que ainda não há sinais de que o pacto de mobilidade urbana proposto pela administração federal avance


	Ônibus: segundo documento do Ipea, aumento do preço e baixa qualidade do transporte público estão relacionados ao aumento da frota de veículos privados
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Ônibus: segundo documento do Ipea, aumento do preço e baixa qualidade do transporte público estão relacionados ao aumento da frota de veículos privados (Dado Galdieri/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de dezembro de 2013 às 16h19.

Brasília - O custo para beneficiar 7,5 milhões de cidadãos que hoje não têm acesso ao sistema de transporte no Brasil ou que têm dificuldade em acessá-lo pode ser de cerca de R$ 4,8 bilhões por ano para o governo, de acordo com um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Os pesquisadores apontam ainda que ainda não há sinais de que o pacto de mobilidade urbana proposto pela administração federal avance.

O Ipea divulgou nesta quinta-feira, 12, uma proposta para o pacto de mobilidade urbana proposto pela presidente Dilma Rousseff após as manifestações sociais que aconteceram no meio de 2013.

"O pacto proposto pelo governo federal revelou-se até o momento, quatro meses após seu anúncio, apenas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para a mobilidade. ... Mas acerca de uma 'pactuação' com os vários setores, que busque transformação no cenário da mobilidade urbana, não há notícias de que se esteja avançando", apontam os pesquisadores.

O estudo, que lembra que o aumento das tarifas de ônibus motivou os primeiros movimentos das manifestações, aponta que a gratuidade no sistema de transporte urbano deve ser precedida de ações de qualificação no sistema. Segundo o documento, o aumento do preço e a baixa qualidade do transporte público estão relacionados ao aumento da frota de veículos privados.

A melhoria da mobilidade urbana deve se basear em melhoria da qualidade do transporte público, redução de tarifas e maior transparência e controle social, segundo a proposta. "Trata-se de um mecanismo de gestão e regulação federativa do transporte público urbano que institui gratuidades sociais e compete para o rebaixamento do valor das tarifas por meio, dentre outras medidas, da desoneração do setor", explicam os pesquisadores.

O objetivo do modelo proposto, segundo o Ipea, é aumentar o acesso ao transporte público, desonerar os mais pobres, que têm mais dificuldade financeira para se deslocar, reduzir o valor global da tarifa, propiciar a criação de mecanismo seguro e permanente de investimento no setor e melhorar a qualidade e o padrão de mobilidade, com transparência e controle social.

A proposta dos pesquisadores Renato Balbim, Vicente Lima Neto, Ernesto Galindo e Cleandro Krause pode ser consultada no endereço http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=20633&catid=1&Itemid=7

Acompanhe tudo sobre:Investimentos de governoIpeaTransportestransportes-no-brasil

Mais de Economia

Países da Opep decidem aumentar produção de petróleo em junho, diz agência

Novo sistema de arrecadação da reforma tributária entra em fase de testes em junho

Após crise por fraude no INSS, Carlos Lupi entrega cargo de ministro da Previdência

13º do INSS: pagamento para que ganha acima de um salário mínimo começa nesta sexta-feira