Economia

Juros futuros ficam estáveis apesar de IPCA superar meta

Abertura do indicador mostra que houve pontos de pressão pontuais por conta da Copa do Mundo


	Bovespa: inflação acumulada em 12 meses atingiu em junho o maior nível desde ano passado
 (Bloomberg News/Paulo Fidman)

Bovespa: inflação acumulada em 12 meses atingiu em junho o maior nível desde ano passado (Bloomberg News/Paulo Fidman)

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Da Redação

Publicado em 8 de julho de 2014 às 16h29.

São Paulo - Apesar de o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 12 meses até junho ter estourado o teto da meta, ao ficar em 6,52%, as taxas futuras de juros passaram o dia de lado, inclusive com discreto viés de baixa em alguns momentos do pregão.

Além de o mercado já contar com esse fato, a abertura do indicador mostra que houve pontos de pressão pontuais por conta da Copa do Mundo.

Além disso, a deflação exibida pelo IGP-DI também veio em linha com o que projetavam os analistas e, diante deste cenário, os investidores seguem apegados à debilidade da atividade econômica para manter as taxas futuras nos patamares atuais.

Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, encurtada devido do jogo do Brasil pela Copa do Mundo, o contrato de DI para janeiro de 2015 (32.145 contratos) apontava 10,77%, nivelado ao ajuste anterior.

Nos trechos intermediário e longo da estrutura a termo da curva de juros, o DI para janeiro de 2016 (34.445 contratos) marcava 11,07%, igual ao da véspera.

O DI para janeiro de 2017 (63.990 contratos) indicava 11,40%, de 11,41% no ajuste de ontem. E o DI para janeiro de 2021 (10.930 contratos) mostrava 11,89%, de 11,88% no ajuste anterior.

"No curto e médio prazos, a menos que tenhamos algum dado de inflação muito contundente, não deverá haver mudança no cenário do mercado, de que a Selic ficará estável por algum tempo", afirmou um profissional da área de renda fixa.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA de junho teve alta de 0,40%, ante uma variação de 0,46% em maio.

O resultado ficou levemente acima da mediana estimada pelos analistas ouvidos pelo AE Projeções, de 0,39%.

No ano, o IPCA acumulou uma alta de 3,75%. Em 12 meses, a taxa ficou em 6,52%, acima do teto da meta estipulada pelo governo, de 6,5%.

A inflação acumulada em 12 meses atingiu em junho o maior patamar desde junho de 2013, quando estava em 6,70%.

Metade da alta do IPCA, no entanto, teve influência direta do início da Copa do Mundo no país.

Passagens aéreas (+21,95%) e diárias de hotel (+25,33%) ficaram mais caros no mês passado, respondendo juntos por 0,20 ponto porcentual da taxa de 0,40% do IPCA do mês.

Por outro lado, o grupo Alimentação e Bebidas registrou deflação de 0,11% em junho, após uma alta de 0,58% em maio.

O grupo teve o menor resultado desde julho de 2013, quando registrou queda de 0,33%, e deu a principal contribuição para conter a inflação no mês, um impacto de -0,03 ponto porcentual para a taxa de 0,40% do IPCA.

Outros dados de inflação conhecido hoje também vieram em linha com o previsto.

O Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) recuou 0,63% em junho, após cair 0,45% em maio, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV).

Já a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) desacelerou para 0,28% na primeira quadrissemana de julho, de acordo com a mesma FGV. O

resultado ficou 0,05 ponto porcentual abaixo do registrado na quarta leitura de junho, quando o indicador apresentou variação positiva de 0,33%.

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