Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 22 de agosto de 2025 às 17h44.
Última atualização em 22 de agosto de 2025 às 18h14.
As linhas de crédito no valor de R$ 30 bilhões para exportadores impactados pelo aumento de tarifas de 50% imposto pelos Estados Unidos anunciadas pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) serão direcionadas a empresas cujo impacto no faturamento seja maior ou igual a 5%. Serão oferecidas quatro modalidades de crédito, com juros que variam entre 0,58% e 0,82% ao mês. O plano Brasil Soberano foi detalhado nesta sexta-feira, 22.
O evento ocorreu na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e contou com a participação de Aloizio Mercadante, presidente do Banco, Guilherme Mello, secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, e Uallace Moreira, secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
O BNDES será o agente financeiro da linha de financiamento que vai utilizar os R$ 30 bilhões do Fundo de Garantia à Exportação (FGE) como fonte de recursos (funding), podendo habilitar outros agentes financeiros para atuar nas operações de repasse, que assumirão os riscos das operações.
De acordo com o plano, as empresas com percentual de faturamento bruto proveniente de exportações de produtos impactados igual ou superior a 20% do faturamento total poderão acessar linhas de financiamento com condições mais favoráveis, especialmente as MPMEs.
Para quem tem impacto maior ou igual a 5%, as empresas podem acessar a linha Giro Diversificação e a garantia do Peac FGI (no caso das micro e pequenas empresas).
No caso das garantias do Programa Emergencial de Acesso a Crédito (Peac-FGI Solidário), apenas empresas com faturamento bruto anual de até R$ 300 milhões no ano anterior à contratação (MPMEs) terão acesso.
As empresas beneficiadas com as linhas de crédito deverão comprovar a manutenção do número de empregos. O cálculo do impacto será apurado no período de julho de 2024 a junho de 2025.
De acordo com o BNDES, as empresas terão acesso a quatro linhas de crédito:
Capital de Giro: financiamento de gastos operacionais gerais
Giro Diversificação: financiamento para busca de novos mercados
Valor máximo por empresa somadas as duas linhas de crédito: até R$ 35 milhões (MPMEs) e até R$ 200 milhões (Grandes).
Bens de Capital: aquisição de máquinas e equipamentos
Investimento: inovação tecnológica, adaptação da atividade produtiva de produtos, de serviços e de processos, e alongamento da cadeia produtiva
Além dos R$ 30 bilhões, o BNDES ofertará R$ 10 bilhões em linhas próprias do banco. As empresas com produtos tarifados pelos EUA (qualquer percentual de tarifa) de todos os portes terão acesso.
Giro Emergencial Complementar: financiamento para gastos operacionais gerais;
Giro Diversificação Complementar: financiamento para busca de novos mercados
Pronampe FGO: R$ 1 bilhão que poderá alavancar em torno de R$ 2,5 bilhões.
Peac FGI – Solidário: R$ 2 bilhões que poderão alavancar em torno de R$ 20 bilhões.
Quem poderá acessar: MPMEs cujo valor das exportações aos EUA impactadas pela tarifa de 50% somem pelo menos 5% do faturamento bruto total.
Garantias: os fundos poderão garantir financiamentos com recursos incentivados do FGE, bem como recursos livres do Sistema Financeiro Nacional.