Lula: presidente assina decreto que regulamenta o Mover em visita à fábrica a Nissan, em Resende (Ricardo Stuckert / PR/Divulgação)
Agência de notícias
Publicado em 15 de abril de 2025 às 20h44.
Última atualização em 16 de abril de 2025 às 10h08.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta terça-feira, 15, o decreto de regulamentação do Mover, programa lançado pelo governo federal em junho de 2024 para estimular investimento em inovação e sustentabilidade na indústria automotiva no país, em cerimônia na sede da Nissan, em Resende, Sul Fluminense.
O decreto estabelece os parâmetros técnicos e ambientais de eficiência energética que fabricantes e importadores de veículos têm de obedecer.
Lula participou da cerimônia de início de produção da nova geração do Nissan Kicks, na fábrica da montadora que completa 11 anos em operação no país.
— Acham que é normal a indústria estar crescendo e que não tem nada a ver com Haddad na Fazenda, com Lula na Presidência. Quando eu voltei à presidência, em 2023, eram vendidos 1,6 milhão de carros por ano o país. Menos da metade do que era vendido entre 2010 e 2012. Acontece que esse país não considerava a importância de fazer o dinheiro circular na mão de todos — afirmou Lula.
O presidente foi acompanhado por uma comitiva de ministros, incluindo o vice-presidente Geraldo Alckmin (Desenvolvimento e Indústria), Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil), Luiz Marinho (Trabalho), Luciana dos Santos (Ciência, Tecnologia e Inovações), reafirmando a importância de programas específicos do governo para a expansão da indústria, a criação de emprego e o ganho de renda da população.
Também estiveram presentes Guy Rodríguez, presidente Nissan América Latina, e Gonzalo Ibarzábal, presidente da Nissan no Brasil.
Antes da cerimônia, que reuniu convidados, entre autoridades, representantes de grandes concessionárias de automóveis e funcionários da Nissan, Lula visitou a linha de produção da fábrica. Foi recebido diretamente pelos trabalhadores e aplaudido ao passar por um corredor formado pelos colaboradores.
Uma representante dos funcionários da Nissan, Taís dos Santos, operadora de produção do setor de estamparia, de 26 anos, também participou da cerimônia ao lado das autoridades.
— É importante para mim como mulher, mulher negra, alguém que vem de uma situação muito simples, ter a oportunidade de chegar ao êxito — afirmou, explicando ser filha de mãe solteira, ter começado a trabalhar muito cedo, mas sempre acreditando que a educação seria um caminho de transformação em sua vida, agradecendo oportunidades abertas pelo governo e pela companhia.
Alckmin destacou que a combinação do Mover com a Nova Política Industrial (NIB) está por trás do impulso à indústria no país, acrescentando ainda a importância de outras medidas como desonerações a investimento e exportações garantidos pela Reforma Tributária, a Lei do Combustível do Futuro e o Acordo União Europeia-Mercosul.
— A indústria automotiva no mundo cresceu 2% no ano assado. No Brasil, 9,7%. E a Nissan, 21%. No Brasil, subiu 14,1% a venda de veículos — destacou.
O setor automotivo já anunciou R$ 130 bilhões em investimento com o impulso do Mover. Lula afirmou que a Nissan, no entanto, foi a primeira montadora anunciar investimentos para a expansão no país.
Em novembro de 2023, a montadora japonesa decidiu fazer um aporte de R$ 2,8 bilhões até 2026 em sua fábrica em Resende para produzir mais dois SUVs - o novo Kicks e um outro a ser lançado até março -, além de um novo motor turbo.
Lula acrescentou que os avanços da economia e do país não virão sem investimento em educação. O presidente afirmou que, além dos esforços para oferecer escola em horário integral aos estudantes da educação básica, o governo vem ampliando a rede de universidades e instituições técnicas federais. Programas como o Prouni e o Pé de Meia são fundamentais no desenvolvimento do país, avalia o presidente.
— A gente perde capacidade produtiva. Não haverá outra saída para o Brasil se a gente não investir em educação, educação, educação. E vocês têm que estudar, estudar, estudar (se referindo aos jovens na plateia). Se não, esse país não vai dar o salto de qualidade que precisa — disse o presidente.
Ele afirmou que o trabalhador brasileiro não deve nada a nenhum outro do mundo, mas falta a ele oportunidade de ter um trabalho descente. E que o "milagre" que está acontecendo no país é consequência de seriedade, estabilidade econômica, política, jurídica, social e previsibilidade.
O presidente afirmou que nada disso é impossível se há vontade de fazer. Não se trata de sorte:
— E eu votei à presidência para provar que esse país não pode ser um país eternamente pobre, eternamente vivendo de Bolsa Família. Precisamos fazer as pessoas se formarem adequadamente, aprender uma profissão para as pessoas poderem constituir família, terem prosperidade e viver bem num padrão de classe média - afirmou.