Economia

Taxação de LCI e LCA é prejuízo na veia, diz Jorginho Mello sobre pacote fiscal de Haddad

Em entrevista à EXAME, o governador de Santa Catarina argumenta que a medida prejudicará a economia, especialmente os setores imobiliário e da construção civil.

Jorginho Mello: governador criticou o pacote fiscal do governo Lula (Leandro Fonseca /Exame)

Jorginho Mello: governador criticou o pacote fiscal do governo Lula (Leandro Fonseca /Exame)

Publicado em 9 de junho de 2025 às 12h14.

Última atualização em 9 de junho de 2025 às 17h26.

O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, criticou, nesta segunda-feira, 9, a proposta do Ministério da Fazenda de acabar com a isenção de Imposto de Renda sobre títulos de renda fixa, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA). Para Mello, a medida será um "prejuízo na veia" para a economia do Brasil.

"A [taxação] do LCA e LCI é prejuízo na veia. Você cobre um santo para descobrir dez santos. Não quero ser desrespeitoso, mas a equipe econômica precisa tomar medidas que não afetem nosso crescimento", disse o chefe do executivo catarinense em entrevista exclusiva ao programa Macro em Pauta da EXAME.

O governador argumentou que, ao tributar esses títulos, o governo federal ataca diretamente os setores imobiliário e da construção civil, o que, segundo ele, pode prejudicar investimentos e dificultar a criação de empregos. Mello sugeriu que a solução para o equilíbrio fiscal seria um ajuste nas contas públicas, que reavaliaria os gastos excessivos da União.

"Infelizmente esse governo comete muita barbeiragem. [...] Não existe mágica para equilibrar as contas públicas. Precisa fechar as torneiras", afirmou.

Mello citou como exemplo a experiência do estado de Santa Catarina, onde implementou um ajuste fiscal eficaz, que transformou um déficit de quase R$ 3 bilhões em superávit de R$ 700 milhões. O governador também destacou que o estado teve um crescimento do PIB de 5,3% em 2024, acima da média nacional.

"Infelizmente, as medidas do governo federal não vão em direção de prestigiar quem precisa produzir, quem paga boleto", afirmou.

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