Economia

"Matopiba" registra forte expansão na exportação de grãos

De janeiro a agosto, as vendas externas da região somaram US$ 8,93 bilhões, 104,16% mais que os US$ 4,37 bilhões registrados em igual período do ano passado


	Matopiba: de janeiro a agosto, as vendas externas da região somaram US$ 8,93 bilhões, 104,16% mais que os US$ 4,37 bilhões registrados em igual período do ano passado
 (Cristiano Mariz/EXAME)

Matopiba: de janeiro a agosto, as vendas externas da região somaram US$ 8,93 bilhões, 104,16% mais que os US$ 4,37 bilhões registrados em igual período do ano passado (Cristiano Mariz/EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2015 às 10h27.

Brasília - A última grande fronteira agrícola do país, a 'Matopiba' (área formada por sul do Maranhão, leste do Tocantins, sul do Piauí e oeste da Bahia), tem expandido fortemente as exportações.

De janeiro a agosto, as vendas externas da região somaram US$ 8,93 bilhões, 104,16% mais que os US$ 4,37 bilhões registrados em igual período do ano passado. Com esse resultado, a área mantém-se no sentido contrário das exportações do agronegócio na média do país, que apresentaram queda de 17,4% no período.

Levantamento feito pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, no Ministério da Agricultura mostra que esse desempenho tem sido puxado basicamente por grãos.

O milho é o principal deles, com alta de 656% no acumulado do ano, passando de US$ 11,481 milhões para US$ 86,786 milhões.

O volume absoluto, apesar de baixo, teve expressiva elevação de 786%, passando de 53.563 toneladas para 86.787 toneladas. No caso da soja em grãos, o avanço foi de 5% em valor e de 38% em volume.

No Maranhão, por exemplo, o acumulado do ano para milho é 1.242,6% maior do que em igual período de 2014 para valor em dólar. Quando se observa o volume exportado do grão, houve um aumento de 1.243%. Carnes também apresentaram bom desempenho, com avanço de 85,05% no período para valores em dólares.

Isaías Soldatelli, presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Maranhão, trabalha na região há 13 anos e saiu do Paraná pela possibilidade de encontrar terras a um preço melhor, além de áreas maiores de produção. "Lá (no Paraná) as áreas são pequenas e o valor é alto."

Soldatelli explicou que, no sul do Maranhão, a soja é o principal produto, mas há também uma forte produção de milho segunda safra, feijão segunda safra e arroz. "A terra é boa, o clima é bom. Há uma certa segurança. A questão de logística também é boa", observou.

Ele relatou que faz carregamento na cidade de Porto Franco e manda os produtos pela Ferrovia Norte-Sul até o Porto de Itaqui, em São Luís. "Ainda que tenha algum problema de logística, temos uma logística melhor para chegar ao destino final, no mercado externo, em comparação com Santos e Paranaguá."

Em Tocantins, o milho saiu de zero no ano passado para US$ 13,014 milhões. Para Rubem Ritter, presidente da Aprosoja Tocantins, os números são bons, mas é preciso cautela no otimismo.

Segundo ele, o bom desempenho do Estado onde produz se justificam, em parte, pela demora da região em entrar no segmento de soja e milho e, com isso, o crescimento tem ocorrido de uma base muito baixa. "Tocantins se tornou o último lugar para se investir."

No Piauí, a exportação de milho saiu de zero em 2014 para US$ 3,113 milhões em 2015 - os piauienses também apresentaram forte expansão nas vendas do complexo soja, que cresceu 91,73% no acumulado do ano.

Na Bahia, o milho registrou avanço de 143,12%. Os produtores baianos também tiveram bom desempenho com café: o grão expandiu as vendas em 820,87%, mas saindo de uma base pequena; e o volume cresceu 45,31%. 

Acompanhe tudo sobre:AgriculturaComércio exteriorExportaçõesGrãosRegião NordesteRegião NorteTrigo

Mais de Economia

Marcio Macêdo diz que não há ‘desabono’ sobre conduta de Lupi no caso das fraudes do INSS

Lula endossa discussão sobre fim da escala 6X1 e diz que governo 'desmontou' esquema no INSS

Após escândalo de fraude, Lula escolhe novo presidente do INSS; saiba quem é

Governo define regras para uso do Orçamento de 2025 e impõe ritmo mais controlado para os gastos