Economia

Mercadante sai em defesa de Haddad, diz que Brasil já teve IOF mais alto e cobra redução da Selic

Em evento no Rio, presidente do BNDES afirma que juros geram dívida, enquanto Imposto sobre Operações Financeiras arrecada. E diz que alíquotas já foram maiores em governos anteriores

Presidente BNDS, Aloizio Mercadante (Tomaz Silva/Agência Brasil)

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Agência o Globo
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Publicado em 26 de maio de 2025 às 12h14.

Última atualização em 26 de maio de 2025 às 12h37.

A elevação das alíquotas do IOF, anunciada semana passada como parte da estratégia da equipe econômica para equilibrar as contas do governo, deixará o crédito mais caro e, portanto, terá efeitos restritivos, afirmou nesta segunda-feira o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. Diante dessa restrição, Mercadante voltou a cobrar uma queda na taxa básica de juros (a Selic, hoje em 14,75% ao ano), que vem num ciclo de alta desde setembro passado.

– O IOF dificulta o crédito. Mas a Selic gera dívida, e o IOF gera arrecadação – afirmou Mercadante, em discurso de abertura durante evento em comemoração do Dia da Indústria, na sede do BNDES, no Rio.

Ao citar a alta do IOF, o presidente do BNDES ponderou que as alíquotas já foram mais elevadas nos governos anteriores. E defendeu o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que também participou da abertura do evento.

– Haddad tem de cumprir arcabouço [fiscal, conjunto de regras para garantir o equilíbrio das contas do governo] – afirmou Mercadante, acrescentando que é possível buscar mais formas de arrecadação. – Vamos aumentar os impostos das “bets”, que estão corroendo os orçamentos familiares.

O presidente do BNDES criticou o elevado nível da Selic ao citar o crescimento dos financiamentos do banco de fomento. O avanço do BNDES se deu “enfrentando essa taxa Selic, que é completamente fora da curva”.

— Essa medida [a alta do IOF] é restritiva de crédito. Vamos baixar a Selic, tem espaço para isso — completou Mercadante, ressaltando que é possível reduzir a taxa básica de juros de forma “gradual, segura e sustentável”.

O BNDES aproveitou o evento nesta segunda-feira para anunciar uma ampliação da previsão de financiamentos para a Nova Indústria Brasil (NIB), programa que reúne e consolida iniciativas de diversos tipos de políticas industriais do governo federal.

O banco de fomento agora estima aplicar R$ 300 bilhões na NIB. Quando o programa foi anunciado, em 2023, a projeção é que o BNDES destinaria R$ 259 bilhões em diversas frentes, até 2026. Só que, até agora, o banco já liberou R$ 205 bilhões desse valor e viu espaço para elevar a destinação de recursos até o fim do ano que vem.

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