Economia

Mercado eleva projeção para Selic em 2005

Inflação causada por preços administrados eleva projeção de IPCA para 2005 e faz mercado reavaliar taxa de juros esperada para o próximo ano

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h16.

Apesar do recente recuo das taxas de inflação, como o IPCA de setembro, divulgado na semana passada, o mercado ainda aposta que a taxa básica de juros (Selic) continuará a subir para que o Brasil atinja a meta de inflação de 5,1% prevista para o próximo ano. O novo sinal vem do relatório de mercado do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira (11/10) que mostra que as instituições financeiras consultadas elevaram de 15,25% para 15,5% a estimativa da Selic para dezembro de 2005.

Acompanhando o aumento projetado para o final do próximo ano, o mercado também revisou para cima a estimativa da taxa média de juros de 2005, de 16,13% para 16,19%. O relatório do BC também exibe ligeira alta nas expectativas para a inflação do próximo ano. A projeção do IPCA passou de 5,8% para 5,81%.

Segundo o relatório, os maiores focos de pressão em 2005 serão os preços administrados, para os quais o mercado elevou as projeções de alta de 7% para 7,2% (vale lembrar que o centro da meta de inflação para 2005 é 4,5%), e o crescimento da produção industrial, que pode gerar uma inflação de demanda caso não seja acompanhado por investimentos para expandir a capacidade instalada. As novas projeções dos bancos consultados indicam que a produção industrial crescerá 4,1% no próximo ano, contra a estimativa anterior de 4,03%.

A taxa de câmbio, por outro lado, sofreu um leve recuo. O câmbio projetado para dezembro de 2005 baixou de 3,15 para 3,12 reais. Já a taxa média prevista para o próximo ano desceu de 3,09 para 3,06 reais.

Expectativas para 2004

As projeções para 2004, porém, apresentam sinais mais positivos. O mercado reduziu a estimativa de inflação para este ano de 7,31% para 7,13%, medida pelo IPCA. A taxa de câmbio esperada para dezembro baixou de 3 reais para 2,95 e a nova estimativa para a balança comercial é de um superávit de 32,30 bilhões de dólares, contra os 32 bilhões projetados na semana passada e os 30 bilhões lançados como meta pelo governo federal.

Apesar dos bons números, o mercado ainda mantém a avaliação de que o Copom elevará novamente a Selic até dezembro. A próxima reunião do comitê está programada para a semana que vem e muitos analistas apostam em um novo aumento de 0,25 ponto percentual da taxa, que passaria de 16,25% ao ano para 16,5%. No relatório do BC, o mercado mantém, há duas semanas, a expectativa de que a Selic termine dezembro em 17% ao ano. Há quatro semanas, a taxa projetada era de 16,50%.

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