Economia

Negociações comerciais vivem "crise de liderança"

Ao avaliar a situação da Rodada Doha durante reunião do G-8, presidente Lula afirma que "a omissão não é uma resposta aceitável"

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h57.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou a participação mais ativa dos líderes mundiais nas negociações do comércio internacional. Lula afirmou que persiste uma crise de liderança quanto à Rodada Doha e outras questões em avaliação na Organização Mundial do Comércio durante reunião da Cúpula do G-8 (grupo dos sete países mais ricos do mundo e a Rússia), em São Petersburgo, na Rússia. "É uma crise política. É uma crise de falta de liderança", diz Lula.

"Não é em situação de tranqüilidade que precisamos de líderes. Os líderes surgem, atuam e são reconhecidos nos momentos de crise. A Rodada Doha está em crise. A omissão não é uma resposta aceitável", afirma o presidente ressaltando que está pronto para instruir seu ministro encarregado das negociações a demonstrar flexibilidade para que a Rodada Doha ofereça ganhos para todos. "Não espero menos dos meus colegas aqui presentes. Devemos fazer o que é necessário e o que é justo. Todos temos limitações, mas temos de encará-las com sentido de responsabilidade histórica."

Representando as nações em desenvolvimento, Lula criticou, ainda, o patamar dos subsídios que, segundo ele, são "excessivos, ilegais e desumanos". "Os dispêndios efetivos com subsídios agrícolas têm de cair de forma substancial." Para o presidente, é injustificado o grau de protecionismo nos mercados desenvolvidos.

Ele afirma que os países pobres não precisam de favores, mas de condições eqüitativas para fazer valer suas vantagens comparativas. E disse que uma das prioridades nas negociações é a agricultura, lembrando que cerca de 900 milhões de pessoas da área rural do mundo em desenvolvimento vivem com menos de um dólar por dia. "Na agricultura, meio de vida de grande parte das populações mais pobres do mundo, os subsídios continuam exportando miséria e fome para nações menos desenvolvidas."

Com informações da Agência Brasil.

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