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No primeiro mês de tarifaço, exportações do Brasil para os EUA caem 18,5%

Este foi o primeiro mês de vigência do tarifaço imposto pelo presidente Donald Trump aos produtos do Brasil

Agência o Globo
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Publicado em 4 de setembro de 2025 às 19h02.

Última atualização em 4 de setembro de 2025 às 19h12.

As exportações do Brasil para os Estados Unidos tiveram queda de 18,5% em agosto, no primeiro mês de vigência do tarifaço de 50% imposto pelo presidente Donald Trump sobre produtos brasileiros, segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Serviços (Mdic) nesta quinta-feira.

Houve diminuição de US$ 600 milhões em relação aos ganhos obtidos pelas exportações em comparação com o mesmo período do ano passado. As importações de produtos americanos pelos brasileiros, por outro lado, aumentaram 4,6% em agosto, um ganho de US$ 200 milhões.

Com isso, o Brasil registrou déficit nas transações comerciais com os EUA pelo oitavo mês seguido neste ano, ou seja, importou mais produtos americanos do que exportou para aquele país. O saldo deficitário para o Brasil ficou em US$ 1,23 bilhão em agosto.

Segundo os dados da balança comercial, apesar da queda nas compras de produtos brasileiros pelos EUA, houve crescimento de 3,9% das exportações do Brasil como um todo em agosto.

O país fechou o mês passado com um superávit de US$ 6,13 bilhões, resultado da diferença entre US$ 29,86 bilhões em exportações e US$ 23,73 bilhões em importações. Isso representa crescimento de 35,8% em relação ao resultado registrado no mesmo mês do ano passado.

A agropecuária e a indústria extrativa foram os setores que puxaram o desempenho para cima, com alta de 8,3% e 11,3%, respectivamente.

As vendas para China (aumento de 31%), Argentina (aumento de 40,37%), e México (aumento de 43,82%) foram as que registraram maior crescimento em agosto e puxaram a alta das exportações brasileiras no mês.

Segundo os dados do MDIC, o aumento das exportações para China aconteceu principalmente devido a um salto na venda de óleos e produtos de petróleo (+75%), soja (28,45%), carne bovina (+84%), minério de ferro (+4,9%), e açúcar (20%).

"Tem uma questão de oferta, na China cresceu a soja, por exemplo, que tivemos uma safra recorde neste ano e um escoamento mais lento de soja nos primeiros meses do ano, o que faz com que o Brasil tenha volumes e estoques maiores para escoar nesse segundo semestre", exemplifica o diretor do Mdic, Herlon Alves.

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