Economia

Novo empréstimo a distribuidoras tem spread de 2,35%

Empréstimo de R$ 6,6 bilhões será liberado até 15 de agosto e terá custo de CDI mais 2,35 por cento ao ano


	Subestação de energia: 7 bancos já estão garantidos no pool de instituições participantes do empréstimo
 (EXAME)

Subestação de energia: 7 bancos já estão garantidos no pool de instituições participantes do empréstimo (EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de agosto de 2014 às 18h35.

Brasília - O governo federal anunciou nesta quinta-feira que um novo empréstimo de 6,6 bilhões de reais para as distribuidoras deenergia será liberado até 15 de agosto e terá custo de CDI mais 2,35 por cento ao ano.

Trata-se do segundo socorro ao setor elétrico em 2014 e a nova tranche de recursos saiu mais cara do que a primeira, de abril, quando um pool de 10 bancos disponibilizou 11,2 bilhões de reais a uma taxa de CDI mais 1,90 por cento ao ano.

As distribuidoras de energia estão com o caixa comprometido devido ao elevado preço da eletricidade no mercado de curto prazo, resultado da ausência de chuvas e do baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas.

Sete bancos comerciais já estão garantidos no grupo de instituições participantes do segundo empréstimo: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Santander Brasil, Itaú Unibanco, BTG Pactual e Citibank.

BB e Caixa deverão emprestar cada um 750 milhões de reais à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que repassará o dinheiro às distribuidoras, de um total de 3,6 bilhões de reais da parte dos bancos comerciais na operação, disse a jornalistas o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Paulo Rogério Caffarelli.

Os 3 bilhões de reais restantes do empréstimo virão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BDNES).

Ao anunciar a operação, Caffarelli justificou o encarecimento do novo empréstimo em relação ao primeiro, que não contou com o BNDES. "Essa operação é mais cara que a primeira porque é a segunda tranche de uma operação cujas garantias estão estruturadas da mesma maneira que a primeira... Sempre quando há operação subordinada o custo tende a ser maior do que a primeira operação", disse.

O dinheiro do primeiro empréstimo à CCEE terminou em junho, quando foram liquidados os contratos de curto prazo de energia das distribuidoras referentes a abril.

Pagamento

Conforme informou o secretário, a cârencia do segundo financiamento será até outubro de 2015, com os pagamentos sendo feitos entre novembro do próximo ano e novembro de 2017.

Ele disse que outros seis bancos comerciais ainda podem aderir à operação. Desse grupo, três instituições financeiras fizeram parte da primeira tranche de socorro em abril (Bank of America, Credit Suisse e JPMorgan).

As garantias do novo empréstimo são engargos setoriais, as mesmas do primeiro financiamento.

Para dar tempo às distribuidoras de conseguir os recursos desse segundo empréstimo, a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) adiou até 28 de agosto o prazo para liquidação das despesas das distribuidoras com operações de maio do mercado de curto prazo não cobertas pela tarifa.

Segundo Caffarelli, o repasse do segundo empréstimo para a conta de luz do consumidor poderá ser feito a partir de fevereiro de 2015, mas isso depende de Aneel.

O secretário-executivo da Fazenda informou ainda que dos 13 bilhões de reais que o Tesouro Nacional aportará na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para ajudar o setor em 2014, 6,045 bilhões de reais foram transferidos até julho.

Texto atualizado com mais informações às 18h35min do mesmo dia.

Acompanhe tudo sobre:EmpréstimosEnergiaEnergia elétricaMercado financeiroServiçosSpread

Mais de Economia

Em derrota do governo, Câmara aprova urgência do projeto que derruba decreto do IOF

Brasil sobe quatro posições em ranking global de competitividade, mas segue entre piores posições

Dinheiro 'sumiu'? Clientes relatam instabilidade na Caixa em dia de pagamento do Bolsa Família