Petróleo: A Opep+ também recebeu pressões do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para aumentar a produção e, assim, baixar os preços. (makhnach/Freepik)
Agência de Notícias
Publicado em 5 de outubro de 2025 às 13h03.
A aliança Opep+, liderada por Arábia Saudita e Rússia, aprovou neste domingo, 5, um novo aumento da produção de petróleo bruto para novembro, de 137 mil barris diários, no oitavo aumento mensal consecutivo.
“Tendo em vista a estabilidade das perspectivas da economia mundial e os sólidos fundamentos atuais do mercado, refletidos nos baixos níveis dos estoques de petróleo, os oito países participantes decidiram aplicar um ajuste (aumento) de produção de 137 mil barris diários (bd)”, informou a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) em um comunicado.
A decisão foi tomada em uma videoconferência por oito ministros de Energia (Arábia Saudita, Rússia, Iraque, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Cazaquistão, Argélia e Omã) que, em 2023, acordaram cortes voluntários para sustentar os preços do petróleo bruto na época.
Este é o oitavo aumento mensal desde abril, variando entre 137 mil e 548 mil bd cada um, com um aumento total das cotas de produção de mais de 2,5 milhões de barris diários (mbd), o que equivale a cerca de 2,4% da demanda mundial.
Com estes incrementos, a Opep+ busca reverter dois cortes voluntários de 2023: um de 2,2 mbd, assumido principalmente por Arábia Saudita e Rússia, e outro de 1,65 mbd, dividido entre esses oito membros do grupo.
Uma vez que os 2,2 mbd foram devolvidos ao mercado, a Opep afirma que o aumento de novembro ocorre por conta do corte de 1,65 mbd.
Os analistas veem nesta política uma virada na estratégia da Opep+, impulsionada principalmente pela Arábia Saudita, a favor de recuperar participação de mercado, assumindo preços mais baixos, em vez da política de sustentar as cotações por meio de fortes cortes na extração.
A Opep+ também recebeu pressões do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para aumentar a produção e, assim, baixar os preços.
"Os países continuarão monitorando e avaliando de perto as condições do mercado e, em seus esforços constantes para apoiar a estabilidade, reafirmaram a importância de manter uma abordagem prudente e conservar total flexibilidade para pausar ou reverter os ajustes", afirma a Opep.
Nesta semana, vários veículos de imprensa especularam sobre um forte aumento da produção para novembro, de até 500 mil barris diários, o triplo do que foi finalmente acordado, uma versão que a Opep+ desmentiu como "imprecisa e enganosa" nas redes sociais, algo pouco habitual.
Petróleos de referência internacional, como o intermediário do Texas (WTI), que fechou a semana em US$ 6 por barril, acumularam as maiores quedas dos últimos meses devido à perspectiva de uma grande alta na produção do grupo e a uma desaceleração econômica nos EUA pela paralisação parcial do governo federal.