A importação de plataformas de petróleo impulsionou o investimento no Brasil e contribuiu para o crescimento do PIB. (Anton Petrus/Getty Images)
Repórter especial de Macroeconomia
Publicado em 30 de maio de 2025 às 12h20.
O crescimento de 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2025 é explicado por cinco fatores, segundo os dados divulgados nesta sexta-feira, 30, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado foi impulsionado pela expansão:
Com um peso de aproximadamente 70% da economia do país, o setor de serviços registrou um crescimento de 0,3% no primeiro trimestre. O resultado foi puxado pela expansão de 3% em informação e comunicação, pela alta de 0,8% atividades imobiliárias, pelo aumento de 0,6% em administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social e elevação de 0,3% do comércio.
“O grande destaque dentro dos serviços tanto na taxa interanual como contra o 4º trimestre de 2024 foi a atividade serviços de informação e comunicação, especialmente devido ao aumento de internet e desenvolvimento de sistemas. Essa atividade cresceu mais de 38% desde a pandemia”, disse a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, durante a coletiva de imprensa.
O crescimento de 13,3% da safra de soja, de 11,8% na colheita do milho, de 12,2% do arroz e de 25,2% do fumo impulsionaram o resultado positivo da agropecuária, que teve expansão de 12,2% no primeiro trimestre.
Apesar do crescimento expressivo, o agro tem peso de aproximadamente 6,5% na economia.
“A agropecuária está sendo favorecida pelas condições climáticas favoráveis e conta com uma baixa base de comparação do ano passado. É esperada uma safra recorde de soja, nosso produto agrícola mais importante”, disse Rebeca.
A geração de empregos, que segue forte em 2025, somada ao aumento do salário mínimo e a expansão do crédito — mesmo com os juros altos — continuaram a impulsionar o consumo das famílias no primeiro trimestre, que cresceu 1%.
No acumulado de janeiro a março 2025, o Brasil gerou 654.503 empregos com carteira assinada, segundo dados do Ministério do Trabalho.
Além de mais pessoas empregadas, o governo liberou saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e, no fim de março, mudou as regras do crédito consignado oferecido a quem trabalha no setor privado.
Embora tenha registrado uma pequena variação positiva de 0,1% no trimestre (e 1,1% na comparação com o primeiro trimestre de 2024), o consumo do governo atingiu R$ 517 bilhões. Assim, seu peso para a economia faz com que, mesmo com pequena oscilação, o efeito no agregado seja um dos impulsionadores da atividade econômica.
Neste ano, o orçamento federal só foi sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula (PT) em abril. Portanto, durante o primeiro trimestre, o governo reduziu a execução do gasto público, o que explica a menor — mas ainda relevante — influência no PIB.
No primeiro trimestre de 2025, a taxa de investimento foi de 17,8% do PIB, acima dos 16,7% do primeiro trimestre de 2024, uma alta de 1,1 ponto percentual.
A formação bruta de capital fixo registrou expansão de 3,1% no primeiro trimestre. Na comparação com o mesmo período de 2024, a alta é de 9,1%.
O desempenho foi puxado pelo crescimento da atividade de construção, da produção nacional e importações de bens de capital, com destaque para importação de plataforma de petróleo, além da alta no desenvolvimento de softwares.