Economia

País tem política fiscal sombra, diz ex-diretor do FMI

Em resumo, trata-se do uso de gestão das contas públicas de forma pouco transparente, a exemplo do que aconteceu com a estrutura "shadow banking"


	Dinheiro: "Não podemos ser puristas sobre a gestão fiscal", disse ex-diretor do FMI
 (Germano Luders)

Dinheiro: "Não podemos ser puristas sobre a gestão fiscal", disse ex-diretor do FMI (Germano Luders)

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Da Redação

Publicado em 7 de novembro de 2014 às 15h56.

São Paulo - O ex-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) Vito Tanzi afirmou nesta sexta-feira, 7, que "há claros e crescentes sinais" de que o governo, nos últimos quatro anos, adotou uma política fiscal sombria - uma tradução livre do conceito "shadow fiscal policy".

Em resumo, trata-se do uso de gestão das contas públicas de forma pouco transparente, a exemplo do que aconteceu com a estrutura "shadow banking", uma das razões da implosão dos bancos de investimento nos EUA em 2008.

"Isto está ocorrendo sim, no Brasil. Veja o que acontece em algumas áreas, como no caso da Petrobras", afirmou Tanzi em palestra, ao ser questionado pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

"A política fiscal transparente é aquela que administra despesas e receitas de acordo com o previsto no Orçamento", comentou Tanzi.

Segundo ele, a gestão das despesas e a arrecadação do governo, que inspiram muitas dúvidas nos agentes econômicos, tendem a trazer impactos negativos sobre os investimentos do setor privado.

"Não podemos ser puristas sobre a gestão fiscal", destacou, sugerindo que ações discricionárias do Poder Executivo normalmente ocorrem nesta área.

"Contudo, se eu pudesse recomendar algo ao governo, seria o seguinte: evite ao máximo a política fiscal sombra", afirmou, olhando para o Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Marcio Holland.

Os dois participam de evento realizado pela FGV Projetos, em São Paulo.

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