Economia

Para estatais chinesas reforma deve significar crescimento

Grandes estatais defenderam a continuidade da expansão econômica do país, ecoando declarações do presidente Hu Jintao em defesa de mais investimentos nas empresas

Segundo dia do congresso foi dedicado a debates públicos sobre o discurso de Hu, proferido durante duas horas na véspera (Carlos Barria/Reuters)

Segundo dia do congresso foi dedicado a debates públicos sobre o discurso de Hu, proferido durante duas horas na véspera (Carlos Barria/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de novembro de 2012 às 09h50.

Pequim - Grandes estatais chinesas defenderam nesta sexta-feira a continuidade da expansão econômica do país, ecoando declarações do presidente Hu Jintao em defesa de mais investimentos nas empresas governamentais e contrariando as esperanças de reformas no inchado setor.

O segundo dia do 18º Congresso do Partido Comunista foi dedicado a debates públicos sobre o discurso de Hu, proferido durante duas horas na véspera.

Os delegados liam os trechos que mais haviam lhe agradado, e os repórteres da Reuters não escutaram ninguém discordando do presidente.

Hu salientou na quinta-feira a importância de se manter o regime unipartidário, e alertou para os riscos da corrupção -- uma referência ao escândalo que interrompeu a promissora carreira política do ex-dirigente partidário Bo Xilai.

O presidente, que está se preparando para deixar o poder, sugeriu também um fortalecimento do papel do Estado em setores estratégicos, com a possibilidade de mais concorrência em outros setores.

"A direção da reforma das empresas estatais deveria ser: as estatais precisam ser mais orientadas para o mercado, e precisam continuar fortalecendo sua vitalidade e influência", disse a jornalistas Wang Yong, chefe de uma comissão encarregada de supervisionar e gerir patrimônio público.

"Os acadêmicos podem ter visões diferentes, mas essa é a necessidade de desenvolvimento das empresas e do Estado", acrescentou.

Hu disse na quinta-feira que Pequim deve "sem hesitação consolidar e desenvolver o setor público da economia" e "investir mais capital estatal" em setores estratégicos para a economia e a segurança nacional.

Empresas estatais e suas afiliadas respondem por mais de metade do PIB e dos empregos na China, segunda maior economia do mundo. Elas incluem a Rede Estatal de distribuição elétrica (sétima maior empresa do mundo) e as gigantes petrolíferas Sinopec e CNPC, quinta e sexta maiores, respectivamente.

Das 70 empresas da China continental que apareceram em 2012 na lista Fortune Global 500, 65 são estatais.

Reformistas chineses e governos estatais dizem que seu tamanho e seu domínio sobre o mercado prejudicam a economia, por gerarem desperdício e oportunidades de corrupção, levando a custos maiores para os consumidores.

O congresso partidário comunista define a nova cúpula de poder na China, numa sucessão que ocorre uma vez a cada década. O vice-presidente Xi Jinping deve assumir o cargo de secretário-geral do partido, para se tornar presidente do país em março.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaEmpresas estataisreformas

Mais de Economia

MP do crédito consignado para trabalhadores do setor privado será editada após o carnaval

Com sinais de avanço no impasse sobre as emendas, Congresso prevê votar orçamento até 17 de março

Ministro do Trabalho diz que Brasil abriu mais de 100 mil vagas de emprego em janeiro

É 'irrefutável' que vamos precisar de várias reformas da previdência ao longo do tempo, diz Ceron