Economia

Para Fiesp, geração de emprego é concentrada e preocupa

Em nota, o diretor do Depecon da Fiesp destaca que o segmento de produtos alimentícios contratou 8.414 funcionários no mês passado


	Cana de açúcar: "Grande parte do desempenho de geração de emprego está em um único setor, que é açúcar e álcool. Então, não é um resultado auspicioso", diz diretor do Depecon
 (Ivana De Battisti/Stock.Xchng)

Cana de açúcar: "Grande parte do desempenho de geração de emprego está em um único setor, que é açúcar e álcool. Então, não é um resultado auspicioso", diz diretor do Depecon (Ivana De Battisti/Stock.Xchng)

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Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2014 às 15h57.

São Paulo - A contratação de 6 mil funcionários no mês de março apurada pelo Índice de Emprego da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) foi concentrada no bom resultado do setor de açúcar e álcool, aponta o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da associação, Paulo Francini.

Apesar da alta de 0,24% no índice em março, na comparação com fevereiro, e avanço de 0,78% no acumulado dos três primeiros meses do ano, Francini se mostra preocupado com a situação da indústria, principalmente diante do desempenho do setor automotivo.

Em nota, o diretor do Depecon destaca que o segmento de produtos alimentícios contratou 8.414 funcionários no mês passado, boa parte nas usinas de açúcar e álcool no interior do estado de São Paulo para o início da colheita da safra 2014/2015.

"Grande parte do desempenho de geração de emprego está em um único setor, que é açúcar e álcool. Então, não é um resultado auspicioso", avalia Francini.

Já o segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias demitiu 1.512 pessoas em março.

Francini chama a atenção para as demissões também em setores relacionados ao automotivo, como o de produtos de borracha e de material de plástico, que cortou 1.802 vagas.

O aumento dos estoques de veículos no Brasil - para 48 dias de vendas, de acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) - é um "prenúncio ruim" para o setor, afirma Francini.

A Fiesp destacou também as demissões no setor de máquinas e equipamentos - 2.505 em março. "Eu diria que, pelo seu significado, os resultados negativos falam mais do que os positivos. E falam coisas ruins com relação às expectativas", avalia.

Na comparação com março do ano passado, o terceiro mês deste ano registrou 50.500 demissões, queda de 1,90% no índice de emprego. No trimestre, foram criadas 20 mil vagas.

De acordo com a Fiesp, o resultado dos primeiros três meses do ano mostra um desempenho da indústria paulista "bem semelhante à performance de 2006, início da série histórica, e só supera a trajetória de 2009 e 2012".

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