Economia

PDVSA atrasa dívidas e usa banco russo para pagar ONGC

A ONGC Videsh, braço de investimentos da ONGC, confirmou que a PDVSA atrasou os pagamentos, mas não quis detalhar os atrasos

PDVSA: "Eles estão com alguns desafios nesse ponto", disso a ONGCVidesh (Juan Barreto/AFP)

PDVSA: "Eles estão com alguns desafios nesse ponto", disso a ONGCVidesh (Juan Barreto/AFP)

R

Reuters

Publicado em 9 de novembro de 2017 às 15h37.

Nova Déli - A petroleira estatal venezuelana PDVSA deixou de realizar pagamentos de dívida à indiana ONGC, maior produtora de petróleo da Índia, por seis meses, e usou anteriormente um banco estatal russo e outra empresa de energia indiana como intermediários de pagamentos, disseram duas fontes familiarizadas com a transação nesta quarta-feira.

A ONGC Videsh, braço de investimentos da ONGC, confirmou que a PDVSA atrasou os pagamentos, mas não quis detalhar os atrasos.

"Eles estão com alguns desafios nesse ponto", disso a ONGCVidesh em email após perguntas da Reuters. "No devido tempo isso será solucionado e medidas adicionais serão adotadas."

"Temos uma boa relação de trabalho com a PDVSA", disse a ONGC.

A PDVSA não quis comentar.

Mas as duas fontes, que solicitaram anonimato, disseram que a PDVSA não realiza pagamentos desde abril, no que foi um atraso de 540 milhões de dólares em dividendos devidos à ONGC pelo investimentos que a companhia indiana fez em um projeto de energia na Venezuela.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse na semana passada que o país planeja reestruturar 60 bilhões de dólares em títulos, a maior parte detidos pela PDVSA.

Em janeiro, o estatal Gazprombank, da Rússia, liberou o pagamento de 19,75 milhões de dólares em dívidas pendentes da Venezuela à ONGC, disseram duas fontes. Os detalhes do pagamento e o envolvimento do Gazprombank não haviam sido divulgados anteriormente.

A indiana Reliance Industries, proprietária do maior completo de refinarias do mundo e um dos maiores compradores de petróleo da PDVSA, pagou 68,66 milhões de dólares à ONGC, em nome da PDVSA em abril disseram fontes.

Gazprombank e Reliance não responderam a pedidos da Reuters para comentário.

Acompanhe tudo sobre:Crises em empresasIndústria do petróleoNicolás MaduroRússiaVenezuela

Mais de Economia

EXCLUSIVO: secretário do Tesouro, Rogério Ceron, é entrevistado da EXAME às 15h desta segunda-feira

Boletim Focus: mercado eleva novamente estimativas do IPCA para 2025 e 2026

Temos um espaço muito menor para errar, diz Funchal sobre trajetória da dívida pública

Isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil recairá sobre grandes empresas, diz Rodrigo Maia