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PF faz busca e apreensão em investigação contra fraudes no INSS em descontos de aposentadorias

Ação faz parte da Operação Sem Desconto, deflagrada pela PF em abril contra sindicatos e servidores públicos suspeitos de participação em um esquema nacional de descontos irregulares

Agência o Globo
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Publicado em 14 de maio de 2025 às 09h22.

Última atualização em 14 de maio de 2025 às 09h26.

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A Polícia Federal cumpriu nesta quarta-feira mais dois mandados de busca e apreensão no âmbito da Operação Sem Desconto, que apura um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões. Os mandados foram autorizados pela Justiça do Distrito Federal e foram cumpridos em Presidente Prudente (SP).

Segundo a PF, o objetivo da ação é "apurar a atuação de um operador financeiro ligado a uma das entidades investigadas, suspeito de ter adquirido veículos de alto valor com recursos oriundos da fraude aos aposentados".

No último dia 23, a PF e a Controladoria-Geral da União (CGU) fizeram uma operação para combater o esquema de descontos irregulares. As entidades cobraram de aposentados e pensionistas R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, segundo a investigação. O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, foi afastado do cargo por decisão judicial e demitido no mesmo dia. O escândalo gerou a saída do então ministro da Previdência, Carlos Lupi.

A fraude já vinha dado sinais há mais de um ano. O aumento dos descontos veio acompanhado com um crescimento do número de denúncias e processos de aposentados e pensionistas contra entidades de classe, alegando que não haviam autorizado os descontos direto nas folhas de pagamento.

A PF afirmou em relatório encaminhado à Justiça que o INSS ignorou alertas de aposentados e de autoridades sobre fraudes nos descontos associativos de sindicatos feitos na folha de pagamento dos beneficiários.

Segundo a PF, as “medidas preventivas” para impedir a ocorrência das fraudes não foram “sustentadas pelo INSS” “a despeito das reiteradas manifestações da ocorrência de descontos associativos indevidos, de uma multiplicidade de notícias veiculadas na imprensa acerca da ocorrência de descontos sem autorização dos beneficiários, de Acórdão do Tribunal de Contas da União requerendo a suspensão desses descontos até a adoção da solução de biometria normativamente prevista”.

Conforme a investigação, ex-diretores e pessoas relacionadas a eles receberam, ao todo, mais de R$ 17 milhões em transferências de indivíduos apontados como intermediários das associações. A PF também identificou que um dos integrantes do INSS teria sido beneficiado com um carro de luxo que custa pelo menos meio milhão de reais.

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