Geraldo Alckmin: segundo o vice-presidente, o governo quer encontrar solução ainda nesta semana para evitar que tarifaço seja formalizado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter especial de Macroeconomia
Publicado em 28 de julho de 2025 às 18h32.
Última atualização em 28 de julho de 2025 às 18h42.
O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta segunda-feira, 28, que o governo prepara um plano de contingência "completo e bem feito" para o caso de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, formalizar o tarifaço de 50% aos produtos brasileiros em 1º de agosto. Entretanto, Alckmin disse que a prioridade da semana é "resolver o problema" com os norte-americanos.
"O plano de contingência está sendo elaborado, bastante completo, bem feito, mas todo empenho nesta semana é para a gente buscar resolver o problema. Nós estamos dialogando, neste momento, pelos canais institucionais e pela reserva", disse.
Como mostrou a EXAME, linhas de crédito serão oferecidas pelos bancos públicos para socorrer as empresas e, com isso, evitar demissões em massa.
O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco do Nordeste, o Banco da Amazônia, o Banco do Brasil e a Caixa oferecerão aos clientes pessoa jurídica linhas de crédito específicas para empresas afetadas pelo tarifaço, segundo técnicos do governo.
Os prazos, eventuais carências, as taxas de juros e o montante total oferecido ainda serão definidos em reunião nesta semana entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o presidente Lula e Alckmin.
As conversas preliminares apontavam a oferta de R$ 30 bilhões a R$ 50 bilhões em crédito para as empresas.
O valor pode ser ainda maior, a depender da necessidade das empresas, afirmaram técnicos econômicos.
Durante evento na última sexta-feira, 25, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirmou que o banco público está pronto para apoiar as empresas que sofram perdas com as medidas tarifárias do governo dos Estados Unidos.
“O BNDES vai estar presente, vai apoiar, como nós fizemos recentemente no Rio Grande do Sul”, afirmou.
Ele também disse que essa é a atuação do BNDES, em todos os momentos difíceis recentes da história do Brasil.
“Naquela tragédia ambiental no Rio Grande do Sul, o BNDES colocou R$ 29 bilhões. O que aconteceu? A economia cresceu 4,9%. O desemprego foi o menor da história, 4,1%, e o Brasil cresceu 3,4%. Então, o Rio Grande do Sul se recuperou porque teve crédito, teve suspensão do pagamento de giro, teve apoio para capital, para investimento, para reconstrução. E era uma tragédia de grande dimensão”, afirmou.