Agência de Notícias
Publicado em 31 de março de 2025 às 18h27.
Última atualização em 31 de março de 2025 às 18h42.
O índice de pobreza entre a população urbana da Argentina ficou em 38,1% no segundo semestre do ano passado, queda de 14,8 pontos percentuais em relação à taxa registrada no primeiro semestre.
Um relatório divulgado nesta segunda-feira, 31, pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec) mostra que o índice de indigência ficou em 8,2% da população no segundo semestre do ano passado, 9,9 pontos abaixo da taxa registrada no semestre anterior.
A taxa de pobreza caiu 3,6 pontos percentuais no segundo semestre do ano passado em relação à medição feita no mesmo período em 2023, enquanto a de indigência recuou 3,7 pontos.
A população mais afetada pela pobreza foi a de crianças de até 14 anos de idade, onde a taxa de pobreza foi de 51,9% e a de indigência foi de 11,5%.
A medição leva em conta apenas o padrão de vida nos 31 centros urbanos mais populosos do país, o que abrange 29,8 milhões de pessoas de uma população total na Argentina de cerca de 47 milhões de pessoas.
No primeiro semestre de 2024, a taxa de pobreza havia saltado para 52,9%, a maior taxa desde 2003, devido aos efeitos do coquetel de ajuste econômico de “choque” e da inflação muito alta que caracterizaram os primeiros meses do governo do presidente Javier Milei.
A queda na taxa de pobreza durante o segundo semestre do ano está diretamente relacionada ao processo de desaceleração progressiva da inflação e à recomposição relativa da renda que ocorreu no segundo semestre de 2024.
O Indec mede a pobreza e a indigência com base na renda declarada pelas famílias que compõem sua amostragem e se ela é suficiente ou não para acessar a cesta básica de alimentos e serviços, cujo valor varia a cada mês devido à inflação.
De acordo com o relatório do Indec, observou-se que, em relação ao semestre anterior, durante o segundo semestre de 2024 a renda total das famílias aumentou, em média, 64,5%, o valor da cesta básica de alimentos subiu 22,2%, e o valor da cesta básica total de alimentos e serviços (CBT) aumentou 26,7%.
A medição oficial tem suas limitações: não atinge toda a população, não inclui despesas com aluguel nem leva em conta despesas específicas de determinados grupos — como os idosos — ou dimensões que vão além da renda, como o acesso efetivo à água potável, educação e serviços de saúde.