Economia

Por coronavírus, JPMorgan reduz projeção de alta do PIB do Brasil em 2020

A estimativa de alta do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2020 baixou de 2% para 1,9%

Economia brasileira: o banco também cortou as estimativas do IPCA de 2020, de 3,7% para 3,4%, influenciado principalmente por preços mais comportados esperados para alimentos e gasolina (Ingo Roesler/Getty Images)

Economia brasileira: o banco também cortou as estimativas do IPCA de 2020, de 3,7% para 3,4%, influenciado principalmente por preços mais comportados esperados para alimentos e gasolina (Ingo Roesler/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de fevereiro de 2020 às 11h37.

Última atualização em 8 de fevereiro de 2020 às 11h38.

São Paulo - O JPMorgan cortou a projeção de crescimento para o Brasil este ano, com a piora das perspectivas para a economia da China por conta da rápida disseminação da epidemia do coronavírus.

A estimativa de alta do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2020 baixou de 2% para 1,9%. Já em 2021, o banco americano elevou a estimativa de 2,2% para 2,4%.

A recuperação mais lenta da atividade e a queda dos preços internacionais das commodities provocadas pela economia chinesa mais fraca devem reduzir a pressão na inflação.

Por isso, o banco também cortou as estimativas do IPCA de 2020, de 3,7% para 3,4%, influenciado principalmente por preços mais comportados esperados para alimentos e gasolina.

O JP observa que quase 30% das exportações brasileiras vão para a China, por isso o impacto negativo da perda de fôlego da atividade econômica do país asiático.

Ontem, o banco anunciou corte de sua projeção de crescimento do PIB chinês no primeiro trimestre, de 4,9% para 1,0%, por causa do surto de coronavírus enfrentado pelo país. A estimativa para todo o ano de 2020 caiu de 5,8% para 5,4%.

Por conta do fluxo importante de comércio entre os dois países, o JP estima que para cada um ponto porcentual de declínio no crescimento da China, a expansão do PIB do Brasil se reduz em 0,2 a 0,3 ponto porcentual, normalmente com um trimestre de atraso entre os eventos na China e o impacto aqui.

Mas no caso do coronavírus, por conta dos efeitos repentinos no país asiático, o impacto na economia brasileira será sentido já neste trimestre.

O impacto negativo do coronavírus deve ser concentrado na primeira metade do ano. Por isso, o JP cortou a estimativa de alta do PIB brasileiro do primeiro semestre em 0,6%.

A expectativa é que na segunda metade do ano a atividade ganhe fôlego. Por isso, o banco elevou a estimativa de PIB do segundo semestre em 0,5%.

Mas essa melhora não será suficiente para evitar uma redução da estimativa de crescimento de todo o ano de 2020, observa o banco em relatório.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusInflaçãoJPMorganPIB do Brasil

Mais de Economia

União vai garantir ressarcimento a vítimas de fraudes no INSS se necessário, afirma Tebet

Banco Central autoriza que financeiras emitam letras de crédito imobiliário (LCI)

Trump chama presidente do Fed de 'tolo' após anúncio de manutenção da taxa de juros

Nova alta da Selic pode pesar ainda mais no crescimento econômico, diz CNI