Economia

Presidente do BC dos EUA confirma revisão da política monetária

Durante discurso virtual no simpósio de Jackson Hole, Powell lembrou que a meta de longo prazo do Fed para a inflação é de 2%

J. Powell (arquivo): Segundo o presidente do Fed, em quadros de pressões inflacionárias excessivas "nós não hesitaríamos em agir" (Andrew Harrer/Bloomberg)

J. Powell (arquivo): Segundo o presidente do Fed, em quadros de pressões inflacionárias excessivas "nós não hesitaríamos em agir" (Andrew Harrer/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de agosto de 2020 às 10h59.

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, confirmou nesta quinta-feira, 27, que a instituição realiza uma revisão em sua política monetária.

Durante discurso virtual no simpósio de Jackson Hole, Powell lembrou que a meta de longo prazo do Fed para a inflação é de 2%.

Ele notou, porém, que se a inflação fica abaixo disso durante momentos de quadro econômico mais fraco, mas nunca acima quando a economia está forte, "então, ao longo do tempo, a inflação em média ficará abaixo de 2%". Diante disso, o Fed realizou a mudança anunciada nesta quinta-feira.

Powell disse que, no quadro atual, as famílias e as empresas tenderão a levar para baixo suas expectativas de inflação, contribuindo para a fraqueza dos preços. "Para evitar esse resultado e as dinâmicas adversas que poderiam advir, nosso comunicado indica que buscaremos alcançar inflação que na média fique em 2% ao longo do tempo", detalhou ele em seu discurso. "Portanto, após períodos em que a inflação ficar abaixo de 2%, a política monetária apropriada buscará atingir inflação moderadamente acima de 2% durante algum tempo", afirmou.

Segundo ele, isso não significa enquadrar a política monetária em uma fórmula matemática particular que defina essa média. "Portanto, nossa abordagem pode ser vista como uma forma flexível de meta de inflação média", explicou.

Powell enfatizou que as decisões continuarão a ser feitas levando em conta uma série de considerações, não sendo ditadas por uma fórmula. De acordo com o presidente do Fed, em quadros de pressões inflacionárias excessivas "nós não hesitaríamos em agir".

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