Repórter
Publicado em 25 de setembro de 2025 às 09h04.
Última atualização em 25 de setembro de 2025 às 09h21.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), indicador que é a prévia da inflação oficial do Brasil, fechou em setembro em 0,48%, e ficou 0,62 ponto percentual acima em relação a agosto, quando o índice registrou queda de 0,14%.
O acumulado do ano fechou o mês em 3,76%, enquanto o indicador nos últimos 12 meses caiu para 5,32%. Em setembro de 2024, o IPCA-15 havia registrado um aumento de 0,13%.
O dado veio levemente abaixo da expectativa do mercado financeiro, que esperava um aumento de 0,51%
Segundo o IBGE, o IPCA-15 acelerou em setembro principalmente por conta da alta da energia elétrica residencial, que exerceu o maior impacto individual no índice. A conta de luz subiu 12,17% no mês, revertendo a queda de agosto, com o fim do desconto do Bônus de Itaipu.
Além disso, passou a valer a bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adicionou R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos, pressionando o grupo Habitação (3,31%). Também pesaram reajustes regionais, como o aumento de 4,25% nas tarifas em Belém.
Embora alimentação e bebidas tenham recuado 0,35%, outros grupos contribuíram para a alta. O Vestuário subiu 0,97%, puxado pelas roupas femininas e calçados, enquanto Saúde e cuidados pessoais avançou 0,36%, influenciado pelos planos de saúde.
Já o grupo Transportes caiu 0,25%, impactado pela redução em passagens aéreas e seguro de veículos, mas ainda com reajustes no táxi em Belém e São Paulo. Todas as 11 áreas pesquisadas registraram alta no mês, com destaque para Recife (0,80%), onde a energia e a gasolina tiveram forte peso.
Grupo | Variação Mensal (%) | Impacto (p.p.) | Variação Acumulada (%) | |||
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Julho | Agosto | Setembro | Setembro | Trimestre | 12 meses | |
Índice Geral | 0,33 | -0,14 | 0,48 | 0,48 | 0,67 | 5,32 |
Alimentação e bebidas | -0,06 | -0,53 | -0,35 | -0,08 | -0,94 | 7,21 |
Habitação | 0,98 | -1,13 | 3,31 | 0,50 | 3,14 | 6,89 |
Artigos de residência | -0,02 | 0,03 | -0,16 | 0,00 | -0,15 | 1,39 |
Vestuário | -0,10 | 0,17 | 0,97 | 0,04 | 1,04 | 5,14 |
Transportes | 0,67 | -0,47 | -0,25 | -0,05 | -0,05 | 2,60 |
Saúde e cuidados pessoais | 0,21 | 0,64 | 0,36 | 0,05 | 1,21 | 5,64 |
Despesas pessoais | 0,25 | 1,09 | 0,20 | 0,02 | 1,55 | 6,71 |
Educação | 0,00 | 0,78 | 0,03 | 0,00 | 0,81 | 6,17 |
Comunicação | 0,11 | -0,17 | -0,08 | 0,00 | -0,14 | 1,70 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor. |
O cálculo do IPCA é realizado pelo IBGE e envolve várias etapas e considerações importantes. Vamos entender como isso é feito:
O IPCA é calculado com base em uma amostra de produtos e serviços que representam os gastos das famílias brasileiras. Essa amostra é composta por cerca de 400 itens, que incluem alimentos, bebidas, habitação, transporte, saúde, educação, entre outros. A seleção dos itens é feita com base em pesquisas de orçamento familiar e em dados de consumo das famílias.
Para calcular o IPCA acumulado, o IBGE realiza uma pesquisa de preços em estabelecimentos comerciais de todo o país. Essa pesquisa é realizada mensalmente e envolve cerca de 30 mil estabelecimentos, incluindo supermercados, lojas de departamento, postos de combustível, entre outros. Os preços dos produtos e serviços são coletados e comparados com os preços do mês anterior.
Os itens da amostra do IPCA são ponderados conforme a sua participação nos gastos das famílias brasileiras. Itens que representam uma parcela maior dos gastos têm um peso maior no cálculo do IPCA. Essa ponderação é feita com base em dados de orçamento familiar e em pesquisas de consumo.
O IPCA é calculado a partir da variação dos preços dos produtos e serviços da amostra. Essa variação é medida em relação ao mês anterior e é ponderada segundo a participação de cada item nos gastos das famílias. O resultado é um índice que reflete a variação média.
Para o cálculo do IPCA-15, a metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica. Os preços foram coletados no período de 16 de maio a 14 de junho de 2024 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 16 de abril a 15 de maio de 2024 (base).
O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários-mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia.