Economia

Primeira PEC relevante passou, diz presidente do Banco Central

Segundo Goldfajn, a aprovação PEC do Teto de Gastos deverá ser seguida pela reforma da Previdência

Goldfajn: "eu tenho a impressão de que a PEC que acabou de ser aprovada vai nos obrigar a fazer escolhas", afirmou (Agência Brasil/Marcelo Camargo)

Goldfajn: "eu tenho a impressão de que a PEC que acabou de ser aprovada vai nos obrigar a fazer escolhas", afirmou (Agência Brasil/Marcelo Camargo)

AB

Agência Brasil

Publicado em 13 de dezembro de 2016 às 19h11.

O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, disse hoje (13) que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, que limita os gastos públicos por 20 anos, foi a primeira PEC "relevante" economicamente a ser aprovada pelo Congresso Nacional no governo do presidente Michel Temer.

Segundo Goldfajn, a aprovação PEC do Teto de Gastos deverá ser seguida pela reforma da Previdência. "De fato, a primeira PEC relevante do governo passou. E a segunda PEC ela precisa ocorrer, porque, se você não lidar com a Previdência, a Previdência vai lidar com a gente. Você vai acabar com qualquer espaço de outros gastos", disse.

O presidente do BC, que ministrou palestra no evento Estratégias para Crescimento: A Mudança do Papel do Estado, promovido pela Universidade de Columbia, em São Paulo, pediu uma salva de palmas da plateia em razão da aprovação da PEC.

"Sob o ponto de vista do tamanho do Estado, eu tenho a impressão de que a PEC que acabou de ser aprovada vai nos obrigar a fazer escolhas. Se você não reduzir o gasto corrente, você vai ter menos para investimento. Essas discussões vão ser cada vez mais aguçadas. Vamos ter que colocar a nossa prioridade", destacou.

"Nós estamos com uma PEC que simplesmente promete lidar com a raiz do problema de forma que você não precise financiar [o aumento de gastos públicos] nem com inflação nem com carga tributária nem com endividamento", acrescentou.

Apesar do tom de comemoração, o presidente do BC reconheceu, no entanto, que a crise política que atinge o governo federal gera incertezas econômicas e causa impacto negativo na recuperação do país.

"Nós estamos vivendo mais incertezas do que todos nós gostaríamos. Isso, obviamente, tem impacto. Acho que a gente teria que trabalhar para reduzir incertezas econômicas e não econômicas. Na parte que me toca, eu tento ajudar a reduzir incertezas econômicas trabalhando em uma conjuntura de incertezas que vão além das econômicas", disse.

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