Economia

Produção industrial no Brasil abre 2025 com desempenho abaixo do esperado

Expectativa era de 0,4%, mas variação de dezembro para janeiro foi nula, interrompendo três meses de queda consecutiva, segundo o IBGE

Na comparação com janeiro de 2024, a indústria teve alta de 1,4%, o oitavo resultado positivo consecutivo nessa relação, de acordo com o IBGE  (Leandro Fonseca/Exame)

Na comparação com janeiro de 2024, a indústria teve alta de 1,4%, o oitavo resultado positivo consecutivo nessa relação, de acordo com o IBGE (Leandro Fonseca/Exame)

Publicado em 11 de março de 2025 às 15h26.

Última atualização em 11 de março de 2025 às 15h46.

A produção industrial de todo o Brasil registrou em janeiro variação nula na comparação com dezembro de 2024, de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) divulgada pelo IBGE nesta terça-feira, 11. A estabilidade interrompeu uma sequência de três quedas consecutivas da indústria, que acumulava perdas de -1,2%, mas ficou abaixo do que projetavam analistas de mercado.

A expectativa era de que a produção industrial crescesse 0,4% no primeiro mês do ano e de 2,2% em relação a janeiro de 2024. Segundo o IBGE, a indústria teve alta de 1,4% na comparação anual. Esse é o oitavo resultado positivo consecutivo neste tipo de comparação.

O índice acumulado dos últimos doze meses avançou 2,9%, mostrando taxa positiva, mas reduzindo o ritmo de crescimento frente aos resultados dos meses anteriores.

Queda em bens intermediários

A pesquisa detalha que apenas o segmento de bens intermediários registrou variação negativa, ao recuar 1,4%. A queda eliminou o avanço de 0,5% verificado no último mês do ano. Bens de capital e bens de consumo duráveis, por outro lado, apontaram resultados positivos mais acentuados em 2025.

Na primeira grande categoria econômica foi de 4,5% e na segunda 4,4%, interrompendo dois meses consecutivos de queda na produção, período em que bens de capital e de consumo duráveis acumularam perdas de 4,1% e 4,3%, respectivamente.

O setor produtor de bens de consumo semi e não duráveis (3,1%) também assinalou crescimento nesse mês, após acumular queda de 5,5% nos três últimos meses de 2024.

Recuperação de máquinas e veículos

Entre as atividades, a principal influência positiva mais importantes foi assinalada por máquinas e equipamentos (6,9%), que eliminou recuo de 2,1% verificado em dezembro de 2024. A segunda categoria com alta foi de veículos automotores, reboques e carrocerias (3,0%), voltando a crescer após registrar perda de 13,2% nos dois últimos meses de 2024.

De acordo com André Macedo, gerente da pesquisa, essas atividades vieram de comportamento negativo no final do ano passado por influência, em grande medida, das férias coletivas nesse período. "Há um movimento de maior dinamismo para a produção de janeiro de 2025 por conta dessa volta à produção e que elimina a perda registrada em dezembro de 2024", afirma.

Também contribuíram positivamente para o resultado estável da indústria produtos de borracha e de material plástico (3,7%), de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (9,3%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (4,8%), de produtos diversos (10,0%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (4,3%), de móveis (6,8%), de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (5,0%) e de produtos alimentícios (0,4%).

Por outro lado, seis atividades apontaram redução na produção. Indústrias extrativas (-2,4%) exerceu o principal impacto em janeiro de 2025 e interrompeu dois meses consecutivos de crescimento na produção, período em que acumulou ganho de 0,5%.

O resultado, segundo Macedo, é em decorrência da produção mais baixa de petróleo e minérios de ferro. "Observa-se algumas paralisações em plataformas por conta de paradas programadas ou não", diz o gerente da pesquisa do IBGE.

Houve recuo também nos setores de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,1%), de celulose, papel e produtos de papel (-3,2%) e de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-4,7%).

Acompanhe tudo sobre:Política industrialIndústriaIBGE

Mais de Economia

China mantém crescimento econômico e avança em inovação apesar dos desafios

Simples Nacional na reforma tributária: o que muda e como as empresas devem se preparar?

Maranhão estuda zerar ICMS sobre alimentos, diz Carlos Brandão

Governo quer turbinar certificação de carbono no Brasil e lança consulta pública para mapear mercado