Economia

Queda na balança comercial pode ser a maior em 18 anos

Segundo previsão do Banco Central, o ano vai terminar com um saldo comercial de apenas US$ 2 bilhões

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de setembro de 2013 às 10h32.

Brasília - O ano vai terminar com um saldo comercial de apenas US$ 2 bilhões. Essa é a previsão mais atualizada do Banco Central (BC) e, se confirmada, vai representar um mergulho de 89,7% em relação ao superávit de US$ 19,4 bilhões em 2012. A queda do saldo entre exportações e importações terá sido a maior, de um ano para o outro, dos últimos 18 anos.

De 1994, quando o Plano Real foi instituído, para 1995, o saldo comercial caiu 133,1% - saiu de um superávit de quase US$ 11 bilhões para um déficit de mais de US$ 3 bilhões . O fenômeno, à época, foi encarado como "efeito inevitável da estabilização" - a nova moeda, o real, estava fixada ao dólar na razão de um para um, o que estimulou fortemente as importações, ao mesmo tempo em que reduziu drasticamente a remuneração dos exportadores.

Nos últimos 50 anos, apenas em quatro a redução do saldo comercial ocorreu em um ritmo maior do que o verificado agora na gestão Dilma Rousseff. Foram nos anos de 1962, sob a presidência de João Goulart, em 1971, quando o Palácio do Planalto era ocupado por Emilio Garrastazu Médici, e em dois anos do governo Ernesto Geisel, em 1974 e 1978.

O tombo da balança comercial em 2013 será superior àquele verificado entre 1967 e 1968, quando o saldo comercial caiu 87,6%. Naquele período, o Brasil viu a demanda pelas exportações cair fortemente por causa das diversas revoltas sociais e revoluções que abalaram os países europeus, a então União Soviética e também os Estados Unidos. O próprio Brasil sofreu com manifestações contra o regime militar, que terminaria o ano com o Ato Institucional número 5 (AI-5).

Mas o buraco em 2013 pode ser ainda maior do que a previsão feita pelo Banco Central. Uma fonte graduada da equipe econômica do governo afirmou ao JORNAL o Estado de S. Paulo que um déficit na balança comercial ainda não está totalmente descartado. A principal variável para determinar o resultado será o desempenho da "conta petróleo" - nome dado para as exportações e importações de petróleo e derivados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Balança comercialBanco CentralComércio exteriorExportaçõesMercado financeiro

Mais de Economia

MP do crédito consignado para trabalhadores do setor privado será editada após o carnaval

Com sinais de avanço no impasse sobre as emendas, Congresso prevê votar orçamento até 17 de março

Ministro do Trabalho diz que Brasil abriu mais de 100 mil vagas de emprego em janeiro

É 'irrefutável' que vamos precisar de várias reformas da previdência ao longo do tempo, diz Ceron